© REUTERS - Violeta Santos Moura
O
presidente argentino redobrou os ataques contra Lula depois que o brasileiro
disse que não tinha diálogo com Milei porque “esperava um pedido de desculpas”.
Agora, Milei não só descarta pedir desculpas como reiterou que Lula é um
“corrupto e comunista” que se meteu na campanha eleitoral argentina em 2023.
Se
o presidente Lula esperava que o seu colega argentino pedisse desculpas como
forma de reatar a sua diplomacia pessoal com a Argentina, essa espera pode
continuar indefinidamente.
Javier
Milei ratificou tudo o que pensa sobre Lula e ainda redobrou
os ataques pejorativos, recordando que Lula fez campanha aberta pelo candidato
opositor, Sergio Massa, na campanha eleitoral argentina do ano passado, quando
Lula também classificou Milei como um perigo para a democracia.
Milei
disse que a postura de Lula parece um comportamento de “pré-adolescente” e que
tem “o mesmo mecanismo de Gustavo Petro (presidente da Colômbia) ou de Pedro
Sánchez” (primeiro ministro da Espanha)”, líderes com os quais Milei teve
atritos públicos.
Em
entrevista ao portal UOL, Lula disse que até hoje “não conversou com o presidente
da Argentina porque acha que ele tem de pedir desculpas ao Brasil e a ele”.
“Ele
(Milei) falou muita bobagem, só quero que ele peça desculpas", ponderou
Lula, em referência ao que Milei disse durante a campanha eleitoral argentina,
quando classificou Lula de “corrupto e comunista”.
“As
coisas que eu disse são certas. Por acaso, Lula não foi preso por corrupto? Por
acaso, ele não é comunista? Desde quando é preciso pedir desculpas por dizer a
verdade? Ou estamos tão doentes pelo politicamente correto que não podemos
dizer nada à esquerda mesmo quando é verdade?”, questionou Milei, em entrevista
ao canal argentino LN+.
Campanha
de Lula contra Milei
Longe
de pedir as desculpas que Lula exige como condição para retomar o diálogo com o
argentino, Javier Milei recordou que Lula indicou “marketeiros” brasileiros
para assessorarem o candidato Sergio Massa, então ministro da Economia. Milei
considera que Lula foi parte integrante da “campanha negativa impulsionada a
partir do Brasil”.
Durante
a campanha eleitoral de 2023, Lula chegou a pedir votos a Sergio Massa, advertindo
que o voto contrário em Milei representava um risco à democracia.
“É
preciso ter um presidente que goste de democracia, que respeite as
instituições, que goste do Mercosul, que goste da América do Sul”, disse Lula.
Em
repetidas ocasiões, Lula também alertou sobre “o perigo que representava para a
democracia a onda de extrema-direita na região”.
Milei
agora retoma essa interferência. “Isso não foi agressivo? Vão-me pedir
desculpas pelas mentiras que disseram? Aqueles que mentiram exigem que eu peça
perdão porque disse a verdade?”, perguntou-se Milei, para logo redobrar a
aposta.
“É
preciso posicionar-se acima dessas trivialidades porque os interesses dos
argentinos e dos brasileiros são mais importantes do que o ego inflamado de
algum 'esquerdistazinho'”, retrucou Milei.
Brasil
e Argentina formam o eixo da integração regional. O avanço das relações
bilaterais depende em boa medida da diplomacia presidencial, inexistente não
apenas desde que Milei assumiu o poder em dezembro de 2023, mas também durante
o período em que o anterior presidente argentino, Alberto Fernández
(2019-2023), conviveu com Jair Bolsonaro (2019-2023), quando os dois também não
se falavam por motivos ideológicos.
Não deixe de curtir nossa
página Facebook e
também Instagram para
mais notícias do Blog do professor TM
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão excluídos sem prévio aviso.
Postar um comentário