Entre
janeiro e maio de 2024, as exportações brasileiras do agronegócio totalizaram
US$ 67,17 bilhões, apresentando uma pequena queda de 0,2%, aponta o Ministério
da Agricultura e Pecuária. Pedro Afonso Gomes, presidente do Conselho Regional
de Economia do estado de São Paulo (Corecon-SP), destaca que o resultado foi
influenciado pelos produtos das exportações brasileiras, que apresentaram uma
redução de preço no exterior.
"Não
foi tanto a questão da quantidade de produtos, mas sim o valor unitário de cada
produto, o que acabou por reduzir um pouco a exportação, e dentro disso, estão
também os produtos do agronegócio. Houve alguns fatores interessantes do ponto
de vista de incremento das vendas, como é o caso das carnes",
explica.
De
acordo com a pasta, os preços dos produtos exportados caíram 9,8%, apesar de o
índice de quantidade ter aumentado 10,7% nos primeiros cinco meses do ano. No
acumulado, o agronegócio representou 48,4% do total das exportações
brasileiras.
Segundo
o analista e consultor da SAFRAS & MERCADO, Fernando Iglesias, os destaques
das exportações do agronegócio brasileiro são o setor de carnes, o complexo
sucroalcooleiro e o mercado de grãos, milho e soja, em particular.
"Nós
vamos entrar na janela de exportação da safrinha brasileira e o milho vai
ocupar um papel importante nos embarques de commodities aqui do Brasil. Temos
alguns aspectos que levam a esse resultado, o Brasil hoje é extremamente
competitivo na exportação de commodities agrícolas, isso não é segredo para
ninguém. só citando o setor carnes como exemplo, o país hoje é líder global de
exportação de carne de frango, de carne bovina", informa.
O
complexo sucroalcooleiro continua a bater recordes. De acordo com o Mapa, em
maio de 2024, o setor alcançou US$ 1,43 bilhão em exportações, um aumento de
15,3% na comparação com maio de 2023. O desempenho foi impulsionado pelo volume
recorde de açúcar exportado no mês de maio.
As
carnes estão entre os principais setores exportadores do agronegócio
brasileiro, representando 14,2% de todas as vendas externas do setor, um
aumento de 2,0% em relação ao mesmo mês de 2023.
Os
produtos florestais ocuparam a terceira posição entre os principais setores
exportadores do agronegócio, com vendas externas totalizando US$ 1,55 bilhão
(+25,5%).
Ao
contrário do complexo soja e das carnes, os produtos florestais registraram uma
elevação nos preços médios de exportação.
Segundo
os dados, em maio de 2024, as exportações brasileiras de produtos do
agronegócio alcançaram US$ 15,05 bilhões, representando 49,6% das exportações
totais do Brasil. Este valor foi 10,2% inferior aos US$ 16,76 bilhões
exportados no mesmo mês de 2023, resultando em uma queda absoluta de US$ 1,71
bilhão.
Expectativas
Para
Fernando Iglesias, nos próximos anos o Brasil deve seguir como um dos
principais fornecedores de produtos de commodities agrícolas em escala global.
"O
Brasil vai seguir fazendo resultados muito interessantes em relação à venda dos
seus produtos lá fora. O país tem um entendimento muito bom da demanda global,
consegue atender muito bem as expectativas do mercado e consegue entender muito
bem o que cada consumidor procura, isso faz uma imensa diferença para o mercado
brasileiro" aponta.
Ele
também afirma que o câmbio desvalorizado remete à uma maior competitividade dos
produtos brasileiros. Ou seja, quanto mais desvalorizada é a moeda brasileira,
mais competitivo é o produto.
Fonte:
Brasil 61
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