Preparação
para os desafios com as intensas mudanças climáticas, gestão dos recursos e
empreendimentos hídricos, ações de revitalização de bacias hidrográficas,
cooperação na gestão de água que abastece mais de um país, utilização de
tecnologias sociais para levar água, em quantidade e qualidade aos que mais
precisa. Esses foram os temas debatidos pelo Governo Federal, representado pelo
Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Agência Nacional
de Águas e Saneamento Básico (ANA), Ministério das Relações Exteriores, entre
outros, e representantes de governos de outros países, no 10º Fórum Mundial da
Água, realizado entre os dias 20 e 24 de maio, em Bali, na Indonésia.
Representando
o ministro Waldez Góes, em missão para dar assistência à população gaúcha,
afetada pelas enchentes, esteve presente o secretário Nacional de Segurança
Hídrica, Giuseppe Vieira, mostrou-se satisfeito com o evento. “Foi uma semana
muito produtiva, onde toda a delegação brasileira trabalhou ativamente.
Participamos de vários painéis e assistimos a diversas experiências. Teve
novidade da criação do Pavilhão Latino-Americano, para ficarmos ainda mais
próximos dos nossos vizinhos”, avaliou os trabalhos.
“Uma
grande conquista foi a criação do Conselho Latino-Americano da Água, que foi
muito bem vista pelas autoridades do Conselho Mundial da Água, para que
possamos garantir que as estratégias na América Latina tenham um espaço a serem
debatidas, sejam com relação à gestão unilateral dos recursos hídricos, mas,
principalmente, nas áreas transfronteiriças, por subsolo ou superficial”, disse
Giuseppe.
A
chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais, Renata Carvalho.
acrescentou que o Fórum foi um momento histórico, um importante rumo a uma
gestão sustentável e coordenada dos recursos hídricos na nossa região. "No
conselho, os nossos interesses, enquanto região, serão discutidos, e poderemos
compartilhar mais do que os nossos desafios, como também as boas práticas que
conseguimos implementar”, acrescentou Renata. Carvalho.
Programa
Água Doce
Criado
em 2004, o Programa Água Doce tem por objetivo garantir uma política pública
permanente de acesso à água de qualidade para o consumo humano, por meio do
aproveitamento sustentável de águas subterrâneas salobras e salinas, no
semiárido brasileiro.
Para
isso, é preciso estabelecer cuidados técnicos, ambientais e sociais na
implantação e gestão de sistemas de dessalinização, levando-se em consideração
a presença de sais nas águas subterrâneas dessa região. Desde a criação do Programa
Água Doce, foram investidos R$ 434 milhões, beneficiando 250 mil pessoas, são
disponibilizados 4 milhões de litros de água potável por dia em dez estados
diferentes. São eles de Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí,
Sergipe, Rio Grande do Norte e norte de Minas Gerais.
“É
uma ação extremamente importante, porque o Programa Água Doce aproveita poços
perfurados, onde a água não está em condição de ser consumida pela população
por conta do alto índice de salinidade. Nós instalamos dessalinizadores a
partir do mapeamento desses poços. O equipamento transforma aquela água, que
até então não poderia ser consumida, em água em condições de consumo”, destaca
o secretário Nacional de Segurança Hídrica.
Em razão da realidade do semiárido brasileiro, que sofre problemas pela escassez de água, em alguns lugares do país, a alternativa que tem para poder abastecer a população é perfurando poços artesianos. "Temos água em abundância, mas, na região semiárida brasileira, entre os estados do Nordeste e o norte de Minas Gerais, por exemplo, isso não ocorre”, explicou o secretário.
Gestão das águas transfronteiriças
O
MIDR também participou de reuniões a respeito de cooperação na gestão de água
que abastece mais de um país, como na cooperação binacional entre Brasil e
Uruguai na governança da Bacia da Lagoa Mirim, na Bacia do Prata, que atende
pessoas do Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai, o Sistema Aquífero
Guarani, entre outros.
O
Sistema Aquífero Guarani é gerido por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. O
objetivo do projeto é ajudar os quatro países a acelerar a implementação das
ações regionais propostas e estabelecer os quadros de coordenação técnica e as
ferramentas essenciais para o cumprimento das disposições do Aquífero Guarani.
A implementação, com ações regionais, aumenta o conhecimento do Sistema
Aquífero Guarani e permite um entendimento mais completo de seu funcionamento.
“A
questão da hidrodiplomacia foi bastante abordada durante o Fórum e ficou
demonstrado que o Brasil tem uma excelente governança em seus projetos, sem
deixar a desejar a nenhum dos outros países, porém um ponto que vale ressaltar
e precisa ser aprimorado é o contato com a população que vive na área, fazer
uma mobilização social maior e envolvê-los, enquanto estivermos realizando
projetos futuros”, comentou a diretora de Revitalização de Bacias e
Planejamento de Segurança Hídrica do MIDR, Fernanda Ayres.
Outras
trocas de experiência
O
pontapé foi dado para diversas ações, a partir dessa semana de trocas de
experiências e estudos: “Fomos convidados também por organismos
internacionais, por governos de outros países para fazermos inúmeras reuniões
bilaterais. Diversas ações serão desenvolvidas, após a articulação de novas
parcerias com países da Europa, do Oriente Médio também. Todos painéis e
debates fizeram com que a gente refletisse bastante e será de fundamental
relevância para tratarmos no Conselho Nacional de Recursos Hídricos retomado
este ano pelo presidente Lula”, disse Giuseppe.
“Apresentamos
também para o mundo iniciativas que nosso país é protagonista e consegue
inspirar também na busca por soluções com relação à disponibilidade hídrica,
como no caso do Programa Água Doce, nas agendas de revitalização de bacias e de
potencializar a agricultura irrigada, devido ao grande potencial que nosso país
tem para ampliar essa política pública, além da ações da ANA na questão de
controle do uso da água e da situação das bacias por todo o nosso país”,
completou o secretário Nacional de Segurança Hídrica.
Sobre
o futuro, a chefe da Assessoria Especial de Assuntos Internacionais comemorou
“Fizemos agendas também para a prevenção de enchentes, de desastres naturais,
todo mundo no Fórum se mostrou preocupado com o Rio Grande do Sul, mas, também,
atentos com os efeitos das mudanças climáticas, que tem acometido nosso país e
vários outros no mundo. Tanto no Fórum, quanto no Conselho Latino-Americano
estão sendo debatidos em alto nível estratégias comuns para aumentar a
resiliência e reduzir as perdas e danos. Além disso, vale mencionar a atenção
de todos os países, prestando condolências com o que está ocorrendo no Rio
Grande do Sul”, finalizou Renata Carvalho.
Fonte: Brasil 61 com informações do MIDR
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