(*) Percival Puginna
Ao
ler estas linhas, tenha em mente o que acontece no ambiente político e social
brasileiro a partir da difusão dos escritos de Gramsci nos Cadernos do Cárcere
e de seus estudos sobre hegemonia e conquista do poder na “longa marcha através
das instituições”. Some a isso o que sabe a respeito de Goebbels, a importância
política da repetição obsessiva do que se quer impor às mentes e o uso de todos
os meios culturais para esse fim.
Veja
agora aonde nos leva isso se, em vez de nazismo raiz com suástica e tudo,
pensarmos no esquerdismo militante convencendo seus agentes de que tal condição
acresce importantes polegadas à sua estatura moral, induzindo-os a olhar a divergência
de cima para baixo. Cada um deles se vê como o novo Adão progressista. Em
recente artigo, escrevi que esse personagem distópico, “nas suas ocupações e
atividades profissionais, coloca a missão acima da função. Seja ele professor,
jornalista, padre, pastor, artista, militar, burocrata, empresário – o que for
– antes de tudo é um esquerdista empenhado no papel transformador e
revolucionário que lhe cabe na construção da nova humanidade, bem ali, no lado
esquerdo do palco das ideias”.
A
composição das ideias de Gramsci com a técnica do “publicitário” Goebbels
proporciona ignição espontânea ao crescimento explosivo dessa eugenia
ideológica. Dê uma olhada nas postagens e comentários de esquerdistas nas redes
sociais e verá como fazem lembrar as imagens que retratam a turba apreciando
execuções na Revolução Francesa. Eis o motivo que fez sumir do discurso
político da esquerda e dos comentários da Globo e congêneres qualquer menção à
“direita”. No vocabulário do esquerdismo militante (ou governista por amor ao
caixa) só existe extrema direita antidemocrática e fascista, objeto de
repressão, perseguição e punição sem muito lero-lero.
Nossos
novos Goebbels de extrema esquerda, então, já andam por aí em intensa
atividade. Atacam a oposição com o peito inflado de uma superioridade moral
fajuta que os autoriza a impor rótulos, restrições e sanções àqueles a quem
atribuem a condição de extrema direita por serem conservadores, liberais ou
antiesquerdistas.
“É
uma estratégia política, qual o problema?”, talvez diga o leitor. O problema
está nas já nítidas consequências da suposta superioridade moral. É visível que
dela deriva um desconhecimento de direitos fundamentais à opinião divergente.
Instala-se uma desigualdade de direitos, torna-se comum silenciar e perseguir
cruelmente os desafetos; a injustiça deixa de ser percebida e se torna-se
socialmente tolerada ou, mesmo, aplaudida; uma mesma lei não vale para todos.
Conhecer
o adversário, entender o que o mobiliza e sua consequente estratégia são
condições indispensáveis para vencê-lo dentro das regras do jogo, que é como
deve ser no tablado da política.
(*) Arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras. Escreve, semanalmente, artigos para vários jornais do Rio Grande do Sul, entre eles Zero Hora, além de escrever o seu próprio blog e em outros websites de expressão nacional, a exemplo do Mídia Sem Máscara, Diário do Poder, Tribuna da Internet. Sua coluna é reproduzida por mais de uma centena de jornais.
Não deixe de curtir nossa
página Facebook e
também Instagram para
mais notícias do Blog do professor TM
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e
não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado.
Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade
do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos
de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios serão
excluídos sem prévio aviso.




Postar um comentário