A rede social X admitiu, nesta sexta-feira (29), ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os usuários de várias contas bloqueadas pela Justiça "exploraram vulnerabilidades" para manter-se ativos na plataforma.
"Estes
indivíduos, após terem as suas contas bloqueadas, adotaram diferentes
estratégias para desafiar a ordem de bloqueio e, também, as regras das
plataformas", disse a representação da rede X no Brasil em carta dirigida
ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
Os
titulares das contas bloqueadas recorreram à "criação de novas contas e
exploração de vulnerabilidades sistêmicas para perpetuar as suas
atividades", acrescentou.
No
sábado, Moraes ordenou que a plataforma do bilionário Elon Musk explicasse por
que supostamente descumpriu parcialmente as ordens judiciais contra essas
contas.
A
Polícia Federal (PF) informou ao ministro que a rede X permitiu transmissões ao
vivo de usuários sob investigação judicial, e interação de usuários, conforme
detalhes do relatório citados por representantes da empresa.
Segundo a PF, embora as contas tenham sido mantidas bloqueadas por determinação da Justiça em investigação sobre desinformação, houve transmissões de "lives" por meio de links inseridos abaixo das descrições dos perfis.
Os
advogados da rede X apontaram que houve uma "falha operacional" no
acesso à plataforma por meio de aplicativos de celular.
X
também reconheceu que o recurso de áudio "Spaces" foi usado para
permitir que usuários brasileiros da plataforma interagissem com os indivíduos
sob investigação, que participavam por meio de perfis de terceiros.
A
plataforma especificou que as violações ocorreram em apenas seis das mais de
200 contas bloqueadas por ordem judicial no Brasil.
"Não
há que se falar, portanto, em 'reativação das contas' ou autorização 'para uso
da plataforma', mas sim em uma falha técnica isolada", observou.
As
contas indicadas pertencem a figuras conservadoras como o senador Marcos do Val
(Podemos), ex-aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (2019-2022), segundo
trechos do relatório da PF citados na declaração da rede X.
Em
sua cruzada contra a desinformação on-line, Moraes ordenou o bloqueio de contas
de usuários em plataformas, incluindo X, especialmente após tentativas de
apoiadores de Bolsonaro de desacreditar o sistema de votação durante a última
campanha eleitoral.
Musk
chamou Moraes de "ditador" e pediu sua destituição.
O
ministro mandou investigá-lo como suspeito de "instrumentalização
criminosa" da plataforma X.
No
domingo, Bolsonaro definiu Musk em um grande ato no Rio de Janeiro como um
homem que "preserva a liberdade" de expressão.
Fonte: AFP / mls-rsr/atm/aa/dd
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