(*) Valter Bernat
A
metáfora futebolística, tão ao agrado dos nossos últimos presidentes, serve bem
como mote para falarmos sobre a fritura de Jean Paul Prates, atual presidente
da Petrobras. No futebol, quando um técnico está prestigiado, significa que ele
será demitido em breve. Pule de 10, na linguagem do turfe!
Só
para compararmos, as maiores empresas de petróleo do mundo têm o mesmo CEO há
6, 7, 9 e 11 anos. Como exemplo, a Shell trocou seu presidente (CEO) no ano
passado, mas o anterior estava no cargo há 8 anos. A Saudi Aramco, da Arábia
Saudita, tem seu presidente no cargo há 9 anos. A SINOPEC, empresa chinesa de
petróleo, está há 13 anos. O da ExxonMobil, está há 7 anos.
No
Brasil, desde 2003, as empresas estatais – todas – fogem totalmente deste
perfil: como exemplo, a CEF está no 10o presidente; Banco do Brasil e
Petrobras, no 11o.
É
óbvio, até para quem não quer ver, que há alguma coisa errada. A Petrobras
produz, pesquisa e refina petróleo igual às demais empresas petrolíferas, mas
no entanto, em função de o Estado ser seu maior acionista, os CEOs são trocados,
no mínimo a cada mandato presidencial. Entretanto há trocas eventuais por
conveniência política e, no mesmo governo, 2 ou 3 CEOs podem presidir a nossa
maior estatal.
Agora
estamos vendo a possibilidade de uma nova troca de presidente. Prates foi escolhido
por Lula, mas já não serve às suas intenções. Brigou e gritou pelo impedimento
de distribuir dividendos extraordinários, que Lula/Haddad mandaram segurar para
investir em educação e politicagem. Ocorre que estes dividendos, por estatuto,
só podem ser usados para investimentos em pesquisa, distribuição e refino de
petróleo, impedindo a pretensão de Lula em fazer política com este lucro,
inclusive investir na indústria naval.
Prates
tem passado por uma fritura em setores do governo que o querem fora do cargo.
No ano passado, o ministro da Casa Civil, Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre
Silveira (Minas e Energia) começaram a fazer críticas à sua gestão.
A
demissão do CEO já é dada como certa dentro do governo de Lula. Já começaram a
circular rumores sobre a troca no comando da empresa, que passaria a ser
comandada pelo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, um queridinho de Lula.
Prates
se encontra insatisfeito com a falta de apoio de Lula, principalmente com os
ataques de Alexandre Silveira. O ministro, em conversa com Lula disse que
espera que o atual presidente da Petrobras mude seu comportamento,
principalmente quando se trata dos objetivos do governo.
Enfim,
por eu ter trabalhado em uma empresa de economia mista (Banerj) durante 30
anos, sei muito bem que quando se troca o presidente, automaticamente,
trocam-se os diretores, superintendentes e os gerentes e, quem chega, não sabe
nem onde é o banheiro. Logo, como eles encontrarão respostas imediatas de sua
empresa?
O
problema é a razão pela qual a mudança de presidente acontece. Prates está com
seu pescocinho na guilhotina e, aparentemente, ele vai cair.
Estas
mudanças prejudicam a empresa. Prejudicam a economia. Depreciam o valor da ação
e deixa os investidores nervosos e o governo excitado: “vamos mexer de
novo?”
O
ministro da Minas e Energia e o da Casa Civil não deveriam se meter na
Petrobras. Indicam o CEO, o Conselho aprova e pronto. Deixa a empresa tocar sua
vida, mas não é assim que as coisas funcionam por aqui. Eles supõem que o CEO
da Petrobras é uma marionete nas mãos dos “gênios” do setor de petróleo, que
são os governantes. Eles querem que a Petrobras invista na indústria naval, que
nada tem a ver com o objetivo desta empresa, salvo se for para pesquisa de
petróleo.
A
Petrobras tem uma equipe da melhor qualidade, reconhecida no mundo inteiro. Ela
foi, e está sendo, massacrada. Os governantes que passaram por lá fizeram o
diabo. Não podemos esquecer o que Dilma fez na Petrobras. Ela destruiu a
Petrobras, mas ganhou de presente o Banco Mundial. É surpreendente que a
Petrobras tenha conseguido sair do buraco em que o governo petista a colocou.
O
corpo de funcionários da Petrobras conseguiu superar isso tudo até aqui, mas
tudo tem limite, menos o apetite do governo, que pretende fazer da Petrobras um
“departamento experimental” de cientistas “malucos”.
Bom
para o Brasil que a Petrobras exista, economia mista ou privada (como eu
preferia), mas exista.
Sua
competência é reconhecida mundialmente. Os Presidentes da República acham que
“eles” descobriram petróleo. Gritam isso aos quatro ventos. Sujam a mão de
petróleo e posam para fotos. Nada disso, foi a Petrobras com sua expertise e
seus técnicos. Foi ela quem descobriu o pré-sal.
Daí
vem o governo Lula dizendo que foi ele que descobriu pré-sal. Lula usou sua
varinha mágica e indicou onde tinha petróleo? “Fura aqui que tem petróleo”.
É assim? Óbvio que não!
A
Petrobras não pode ser tratada da forma irresponsável que vem sendo tratada há
muitos mandatos. Todos querem baixar o preço da gasolina e diesel “à fórceps”.
do ramo, que
conhece petróleo, por um político, como Mercadante, cotado para o cargo.
Corrupção
e risco são os problemas em pauta. Já vimos este filme e precisamos fugir
disso!
(*)
Advogado, analista de TI e editor do site O Boletim
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