Em
meio a um novo episódio na escalada de tensão entre os dois países, Israel e Irã medem
forças do seu poderio militar.
No
sábado, os iranianos lançaram drones
e mísseis em direção a Israel, que afirmou ter conseguido interceptar 99%
deles.
O
ataque é em reação a um bombardeio israelense contra o consulado do Irã na
Síria, em 1º de abril. Desde então, Teerã prometia uma resposta contra Israel.
O
Irã tem o segundo maior contingente de tropas do Oriente Médio. (Veja
detalhes abaixo)
As
forças de segurança de Israel estão em "alerta máximo" após ataques
do Irã. O
governo iraniano fala em "resposta legítima". Mais cedo neste
sábado, Israel
suspendeu as aulas e restringiu aglomerações.
O
ataque em Damasco marca a escalada da violência no Oriente Médio, intensificada
pela guerra entre Israel e o grupo Hamas. O conflito chega ao sexto mês e soma
mais de 33 mil mortos — 32 mil palestinos, segundo o Hamas, e 1.200
israelenses.
A
morte do general
da Guarda Revolucionária Iraniana é vista pelo Irã como um ataque
direto ao país. O país prometeu retaliação.
Um
levantamento feito pelo Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS,
na sigla em inglês) e atualizado pela última vez em fevereiro de 2023, mostra
que o Irã tem um contingente militar de 650 mil pessoas e que a
guarda, que é uma divisão importante das forças armadas iranianas, é
responsável por 190 mil combatentes. Trata-se do segundo maior contingente
do Oriente Médio, atrás do Egito.
Já
Israel tem 177,5 mil militares, entre Exército, Marinha, Aeronáutica e outras
forças. Esse número, no entanto, não considera os reservistas, convocados
quando há conflito.
O
grande diferencial de Israel é a posse de bombas nucleares. De acordo com
a Federação dos Cientistas Americanos (FAS), Israel é o único país da região
que possui armamento nuclear, embora o governo israelense não reconheça possuir
bombas.
O
Irã tem enriquecido urânio a um nível próximo do necessário para se criar uma
bomba nuclear, segundo um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica
(AIEA) obtido em 2023 pela Agência France-Presse. No entanto, não há indícios
de que o país tenha ogivas nucleares.
Mais
sobre o Irã
Os
dados divulgados pelo instituto mostram que a Guarda Revolucionária Iraniana
tem um efetivo superior ao de 11 países da região. É maior do que todo a
força militar da ativa de Israel, que conta com quase 180 mil combatentes e 400
mil reservistas.
O
governo iraniano tem desempenhado um papel oculto na guerra. Oficialmente,
critica a violência empregada por Israel na Faixa de Gaza. Extraoficialmente,
patrocina o Hamas, que tem cerca de 20 mil combatentes e que luta em
seu lugar por meio de uma “guerra por procuração”.
O
Irã também participa de conflitos no Oriente Médio por meio dos outros grupos
que patrocina. Um deles é o Hezbollah, que tem um contingente militar superior
ao do Líbano, país que o grupo armado utiliza como base. Os cerca de 20 mil
Houthis que lutam na guerra civil no Iêmen também recebem apoio iraniano.
Foram
os Houthis que atacaram
com drones uma instalação da petrolífera estatal saudita Aramco em
2022. O ataque expôs a fragilidade da Arábia Saudita, um dos países mais
influentes da região a conflitos armados.
“O
Irã é um ator que, através de uma coalizão de forças não estatais, atua de uma
forma agressiva [no Oriente Médio]. Qualquer ação dos Houthis, do Hezbollah e
do Hamas, é feita em coordenação com o Irã. Eles têm essa doutrina da defesa
ativa”, afirma Rodrigo Amaral, professor de relações internacionais da PUC de
São Paulo.
A
defesa ativa é termo normalmente associado a ações de grupos armados que buscam
marcar uma posição. Pode ser o apoio a um grupo ou a um país aliado que esteja
em conflito ou mesmo uma demonstração de força por meio de um ataque.
Amaral
explica que o contingente militar é apenas uma das variáveis levadas em
consideração quando o assunto é a força de um Estado.
O
relatório do IISS mostra ainda que o Egito é o país com maior contingente
militar no Oriente Médio com mais de 835 mil pessoas. Apesar disso, o país
não é tão influente na região quanto Arábia Saudita e Irã, países que contam
com mais tecnologia militar, têm melhor desenvolvimento armamentista e são
grandes exportadores de petróleo.
Fatores
como a capacidade industrial de armamentos, a capacidade tecnológica militar, e
a quantidade de tanques, aviões e porta-aviões, por exemplo, fazem parte do
cálculo do jogo de poder regional.
Nas
forças terrestres e nas forças aéreas, os tipos de armamentos mais comuns são
os tanques blindados de batalha e as aeronaves de combate. Em ambos os casos,
as duas maiores frotas são as do Irã, que tem 1.513 tanques e 312 aeronaves, e
as da Arábia Saudita, com 1.010 tanques e 455 aeronaves.
Já
no mar, são pouquíssimos os países do Oriente Médio que têm submarinos. A maior
frota é a do Irã, com 17, seguida pela Turquia, com 12, Egito, 8, e Israel e
Jordânia, ambos com 5.
Fonte: G1
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