Uma
consultora de vendas, de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, que prefere
não se identificar, pensou que a ligação era do banco. O número que apareceu no
celular era o do Call Center, que ela tinha na própria agenda do telefone.
“A
gravação é exata com as mesmas opções, mesma locução. É a mesma locução inclusive,
eu tenho gravado e eu ligo, é a mesma, é tudo igual.
O golpista perguntou se ela tinha feito compras e pagamentos de boletos no valor de R$ 16 mil. Para cancelar as despesas e receber o dinheiro de volta, ela teria que transferir para outra conta corrente o mesmo valor. E foi o que a vítima fez.
“Eu
não só perdi uma parte de uma poupança, como também foram compras no cartão de
crédito, eu precisei pagar o cartão de crédito para não virar uma bola de neve.
Tive que fazer um empréstimo para poder pagar”, detalha.
A
equipe desta reportagem recebeu o mesmo tipo de ligação. O número era igual ao
do banco. Primeiro, o jornalista ouviu uma gravação para, supostamente,
confirmar uma pela internet.
Golpista:
"[Uma compra] no valor de 4.790 reais. Caso reconheça, digite 1 e
realizamos a liberação da sua compra. Caso não reconheça, digite 2 e fale
imediatamente com um de nossos atendentes."
O
repórter discou o número 2. Outro golpista atendeu e perguntou se fizemos a
compra.
Repórter : Não, eu não fiz essa compra.
Golpista : Vamos fazer o cancelamento?
Repórter : Pode, pode sim.
Depois
disso, ele pediu a senha. Demos um número errado e ele desligou.
"Vou pedir para o senhor informar aqui na ligação a sua senha de transação, por gentileza".
"0171"
"Senhor? A senha de transação contém 6 dígitos, senhor."
"Ah,
desligou", disse o repórter após a ligação cair.
Especialista
em crimes cibernéticos, o advogado José Milagre diz que as quadrilhas usam
aplicativos para imitar o número dos bancos.
"Estes
números que as pessoas recebem, ligações que são idênticos, são iguais, são os
números de instituições oficiais, eles são falseados por meio de programas e
sistemas que permitem que eu altere o ID do originador de chamada, colocando
inclusive o número de uma instituição financeira."
Uma
professora de São Paulo, que prefere não mostrar o rosto, perdeu R$ 72 mil no
golpe. Ela recebeu a ligação de um número que parecia ser o do banco. foi
orientada a ir a um caixa eletrônico e forneceu os dados bancários.
"Eu
estava pra trocar um veículo e, simplesmente, por isso que foi liberado aquele
dia o dinheiro, que eu já ia trocar. E no mesmo dia que foi liberado, eles
acabaram com tudo em 10 minutos", diz ela.
A
Agência Nacional de Telecomunicações disse que deve implementar em abril uma
ferramenta para bloquear chamadas adulteradas.
“Banco
não liga utilizando esse tipo de número. O banco sempre trabalha mais de forma
passiva, aguardando que o cliente ligue pros números de suas centrais de
atendimento. Então, se você receber uma ligação em que se está identificando
como determinado banco, antes de qualquer ação ou passada de informação sobre
suas credenciais bancárias, a recomendação é essa: desligue e ligue para o seu
banco", diz Valter Faria, diretor-adjunto de serviços da Febraban.
Fonte: G1
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