Açúcar,
algodão, café verde e carne bovina. Esses quatro produtos levaram o agronegócio
brasileiro a ter um resultado positivo, no mês passado. “Nós temos uma produção
muito grande, principalmente vinculada ao setor primário, ao agronegócio
— e são grandes volumes de produtos exportados que acabam gerando um saldo
positivo na balança comercial”, explica o advogado especialista em agronegócios
Francisco Torma, ao comentar o desempenho do país que, segundo o Ministério da
Agricultura e Pecuária, teve desempenho recorde em fevereiro com relação ao
mesmo período do ano passado.
A
notícia pode até deixar o setor otimista, mas na opinião do Francisco Torma, o
Brasil ainda carece de mais investimentos para que os produtos tenham maior
competitividade e atratividade no mercado.
“Óbvio
que temos desafios gigantescos, principalmente por estarmos num país com
dimensões continentais. E quando nós trabalhamos política agrícola dentro de um
país de dimensões continentais, nós vamos precisar fazer adaptações regionais”,
analisa.
As
exportações do agronegócio alcançaram cifras recordes para os meses de
fevereiro, chegando a US$ 11,63 bilhões. O valor foi 19,7% superior na
comparação com os US$ 9,71 bilhões exportados em fevereiro de 2023,
correspondendo a um crescimento de US$ 1,91 bilhão nos valores exportados,
conforme dados do MAPA.
A
Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e
Pecuária (SCRI/Mapa) mostra os números do agro com relação aos produtos
que se destacaram e que contribuíram para o crescimento das exportações em
fevereiro de 2024: açúcar (+ US$ 1,06 bilhão); algodão (+ US$ 406, 55 milhões);
café verde (+ US$ 313,06 milhões) e carne bovina (+ US$ 211,65 milhões).
Para
o analista e consultor de SAFRAS & MERCADO Fernando Iglesias, não adianta
ter um índice de produtividade espetacular dentro do seu ramo, mas na hora de
comercializar, pecar em alguns aspectos básicos.
“As
regiões que nós temos maior preocupação nesse momento são as grandes regiões
que produzem leite, aqui na região sul por exemplo, temos que considerar também
os estados do Mato Grosso, alguns outros estados em que a quebra da soja foi
mais expressiva e os produtores dessas regiões encontram maiores dificuldades.
São dificuldades que poderiam ser mitigadas em caso de bom uso das ferramentas
de gestão de risco e gestão de preço.”, salienta.
Exportações
e importações
De
acordo com o Ministério da Agricultura e Pecuária, a China continua sendo
a principal parceira do agronegócio brasileiro, tendo adquirido US$ 3,60 bilhões
em produtos do setor em fevereiro de 2024. O valor colocou o país asiático com
31,0% de participação nas exportações brasileiras do agronegócio no mês. Na
sequência vêm os Estados Unidos com US$ 842 milhões.
As
importações de produtos agropecuários passaram de US$ 1,34 bilhão em fevereiro
de 2023 para US$ 1,44 bilhão em fevereiro de 2024 (+7,5%). Além desses
produtos, houve aquisições de inúmeros insumos necessários à produção
agropecuária, como: fertilizantes (US$ 640,47 milhões) e defensivos agropecuários
(US$ 306,55 milhões).
Para
o especialista em agronegócios Marcelo Moura, o país precisa continuar
investindo, continuar recebendo incentivos para trazer sempre bons resultados
para um setor que é responsável por movimentar a economia.
“Pra
colher tem que plantar, e pra plantar precisa de insumos. Então são resultados
bastante otimistas, quase 20% de crescimento para o mês. A gente espera que o
ano, apesar das dificuldades, principalmente climáticas, que se anunciam, possa
trazer novos resultados como esse”, deseja.
Fonte: Brasil 61
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