Moradores de Juazeiro, município do interior da Bahia, estão pedindo à prefeitura a retirada de uma estátua em homenagem a Daniel Alves. O jogador, que é natural da cidade baiana, foi condenado a quatro anos e seis meses de prisão nesta quinta-feira, na Espanha, pelo estupro de uma mulher de 23 anos em uma boate de Barcelona, ocorrido em 2022. Ele alega inocência e vai recorrer da decisão.
A
remoção do monumento, inaugurado em 2020, é pedida pelos moradores desde o ano
passado, quando Daniel Alves foi preso preventivamente sob a acusação de
estupro. As demandas ocorrem especialmente pelas redes sociais e ganharam força
após a condenação do atleta. Procurada pelo Estadão, a Prefeitura de
Juazeiro afirmou não irá se manifestar sobre o assunto até a conclusão do
tema, tendo em vista que o jogador entrou com um pedido de apelação, e informou
que não recebeu pedidos oficiais para retirar a obra.
Produzida
pelo artista plástico Leo Santana, a estátua está localizada na região central
do município e exibe Daniel Alves em tamanho real com a camisa da seleção
brasileira e uma bola de futebol nos pés. A obra já vandalizada por diversas
vezes desde a prisão do jogador.
O
julgamento de Daniel Alves durou três dias e foi finalizado no dia 7 de
fevereiro, aproximadamente 13 meses após a prisão preventiva do jogador,
ocorrida em 20 de janeiro do ano passado. A mulher que acusa o brasileiro
manteve a versão inicial e reafirmou ter sido violentada. O jogador chorou
bastante, alegou que estava bêbado, mas negou que a relação aconteceu de
maneira forçada. Ele irá continuar detido durante apelação e pode requerer a
liberdade condicional em maio de 2025, quando completar metade da pena,
incluindo o período em que passou preso em 2023.
O
Ministério Público da Espanha havia pedido nove anos de prisão para o jogador.
Porém, era esperado que o brasileiro fosse condenado a no máximo seis anos.
Isso porque no início do caso, a defesa do jogador pagou à Justiça o valor de
150 mil euros (cerca de R$ 800 mil) em atenuante de pena, espécie de
indenização à vítima abuso. Também foi determinado ao jogador o pagamento dos
custos do processo e o valor de 9 mil euros (cerca de R$ 48 mil), em 150 euros
diários, à vítima pelo período de dois meses.
Ao
longo do período detido, Daniel Alves mudou sua versão sobre o caso por
diversas vezes, trocou de defesa e teve cinco pedidos de liberdade provisória
negados, com a Justiça citando risco de fuga. Recentemente, foi noticiado que
Daniel Alves foi acusado por um colega de cela de planejar uma fuga para o
Brasil. Seu estado emocional “deprimido e desanimado” também fizeram a prisão
onde ele está detido acionar um protocolo antissuicídio.
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