O
presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que “o que está acontecendo na Faixa de Gaza não
é uma guerra, mas um genocídio” e fez referência às ações do ditador nazista
Adolf Hitler contra os judeus.
“O
que está acontecendo na Faixa de Gaza com o povo palestino não existiu em
nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu. Quando Hitler resolveu matar os
judeus”, disse ele, durante a entrevista coletiva que encerrou sua viagem à
Etiópia.
Lula
respondia a uma pergunta sobre a decisão de seu governo de fazer novos aportes
de recursos para a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da
Palestina no Oriente Médio (UNRWA).
A
agência é a principal responsável por alimentar, educar, dar saúde e moradia
para milhões de refugiados palestinos não apenas na Faixa de Gaza, mas também
na Cisjordânia, Síria, Jordânia e Líbano.
Israel
alega que alguns de seus funcionários teriam participado dos ataques
terroristas dos Hamas contra civis israelenses no dia 7 de outubro do ano
passado.
Depois
das alegações, a ONU afastou alguns funcionários e determinou uma ampla
investigação sobre o ocorrido.
No
entanto, parte dos países do Ocidente, inclusive os Estados Unidos, decidiram
suspender as contribuições para a UNRWA, enquanto outros decidiram manter o
envio de recursos argumentando que é necessário manter a ajuda humanitária à
Faixa de Gaza.
Este
também foi o argumento usado pelo presidente Lula para determinar o envio de
mais recursos. Na entrevista, ele criticou os líderes dos países que decidiram
suspender as contribuições.
“Quando
eu vejo o mundo rico anunciar que está parando de dar a contribuição para a
questão humanitária aos palestinos, eu fico imaginando qual é o tamanho da
consciência política dessa gente?”, disse ele.
“E
qual é o tamanho do coração solidário dessa gente que não está vendo que na
Faixa de Gaza não está acontecendo uma guerra, mas um genocídio?”, acrescentou.
“Não
é uma guerra entre soldados e soldados. É uma guerra entre um Exército
altamente preparado e mulheres e crianças. Olha, se teve algum erro nessa
instituição que recolhe o dinheiro, apura-se quem errou. Mas não suspenda a
ajuda humanitária para o povo que tá há quantas décadas tentando construir o
seu estado”, concluiu Lula.
Ele
não revelou qual será o tamanho da contribuição brasileira para a agência,
afirmando que “não é o presidente que decide isso”.
O
presidente ainda questionou: “Você deixar de ter ajuda humanitária. Quem vai
ajudar a reconstruir aquelas casas que foram destruídas? Quem vai retribuir a
vida de 30 mil pessoas que já morreram? 170 mil que estão feridos. Quem vai
devolver a vida das crianças que morreram sem saber porque estavam morrendo?
Isso é pouco para mexer com o senso humanitário dos dirigentes políticos do
planeta?”
Lula
ainda voltou a defender uma reforma do Conselho de Segurança da ONU e disse que
o conflito em Gaza aconteceu porque faltam “instâncias de deliberação” e “de
governança” global.
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