Investigadores
que participam das buscas aos fugitivos da penitenciária federal de Mossoró
(RN) afirmam que os dois detentos fizeram uma família refém na noite desta
sexta-feira (16), tendo se alimentado no local e fugido novamente em seguida
com mantimentos. As informações são da Folha de São Paulo.
A
expectativa da força-tarefa que busca os fugitivos é capturá-los nas próximas
horas, já que eles ainda estariam no cerco de 15 quilômetros do local, como
mencionado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, em entrevista
coletiva na quinta-feira (15).
As
fugas, fato inédito em presídios federais, ocorreram na passagem de terça (13)
para quarta-feira (14), mas os agentes da penitenciária só detectaram a
ausência dos homens na manhã de quarta, quando as buscas começaram a ser
realizadas.
Os
fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido
como Tatu, e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho. Segundo as
investigações, eles são ligados ao Comando Vermelho.
Os
fugitivos chegaram a ser vistos por moradores de Mossoró na manhã de
sexta-feira, de acordo com investigadores, ocasião em que forças de segurança
encontraram pegadas e roupas dos fugitivos.
Lewandowski
disse que 300 agentes haviam sido mobilizados para procurá-los. Três
helicópteros foram usados nas buscas, além de drones.
A
pasta ainda ordenou a mobilização das Ficco (Forças Integradas de Combate ao
Crime Organizado), que congregam as polícias federais e estaduais nas ações de
repressão da criminalidade organizada, para colaborarem com os esforços de
localização e prisão dos foragidos.
A
gestão das penitenciárias federais é de responsabilidade da pasta de
Lewandowski, que teve a sua primeira crise em 13 dias no comando do ministério.
A fuga foi a primeira registrada nesse sistema desde sua implantação, em 2006.
A
fuga provocou uma crise no governo e causou medo na população local. O juiz
federal Walter Nunes, corregedor do Penitenciária Federal de Mossoró, disse à
Folha de S.Paulo que, "sem dúvidas", esse foi o episódio mais grave
da história dos presídios de segurança máxima do país.
Os dois presos estavam em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), onde as regras são mais rígidas que as do regime fechado. Nesse tipo de ala há um local para o banho de sol para que os detentos não tenham contato com outros presos.
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