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Desde
o ano passado, produtores de milho enfrentam dificuldades no plantio e colheita
do grão. Por causa das condições climáticas, principalmente influenciadas pelo
fenômeno El Niño, as regiões produtoras não têm passado por bons momentos no
Brasil. Para a safra 2023/2024, a produção total está estimada em 117,6 milhões
de toneladas — uma redução de 10,9% em relação ao ciclo anterior —, segundo a
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As
perspectivas com o milho 1ª safra — na estimativa de janeiro da companhia
— são de produtividades menores, com exceção do Sul do país, que registrou
aumento de 13%, na comparação das safras 2022/23 e 2023/24.
Já
o Nordeste teve variação negativa de 13%; o Sudeste de 9%; o Norte de 7% e o
Centro-Oeste de 3%. Além das questões climáticas, as pragas também
aumentaram, prejudicando o desenvolvimento das lavouras.
De
acordo com a análise da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA),
a falta de margem positiva para o milho em 2023 deixou o produtor indeciso sobre
investir ou não na cultura.
Enori
Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de
Santa Catarina, diz que, no último ano, os produtores não tinham nem como pagar
os custos da lavoura, já que a produção do milho tem um custo bem maior do que
a da soja, por exemplo.
“Não
há nenhum estado brasileiro que diga: eu vou colher minha safra e pagar minhas
contas. Pelo contrário, ainda estamos plantando a safrinha, que é o grande
volume da safra de milho brasileira, já que se projetava uma safra de mais de
130 milhões de toneladas, dos quais a safra foi em torno de 24, e o restante
era safrinha, então ninguém consegue hoje dimensionar qual vai ser a área
plantada de milho — qual vai ser o volume e a que preço”, comenta.
Mesmo
assim, o Brasil foi o maior exportador de milho do mundo na safra 2022/2023,
sendo responsável por 32% das exportações mundiais — 56 milhões de toneladas,
de acordo com dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).
Já os Estados Unidos, que lideram o mercado de milho há mais de um século,
exportaram cerca de 23%.
Perspectivas
O
engenheiro agrônomo Charles Dayler avalia que, até o segundo semestre de 2024,
os produtores terão os mesmos problemas do fim do ano passado, só que mais
brandos, já que o El Niño vai perdendo força. Portanto, as chuvas intensas e as
temperaturas extremas são preocupantes.
“Tudo
isso vai afetar. Tanto a questão de colheita, a maturação da planta e também
afeta a questão de pragas, porque dependendo da variação de temperaturas, você
pode ter um tempo maior com a temperatura favorável para as pragas que atacam
as lavouras. Tudo isso deve ser levado em consideração, pensando no que vai ser
plantado neste ano”, explica.
Ele
analisa ainda o que pode ajudar a melhorar esse cenário: “A gente pode tentar
monitorar melhor o tempo, acompanhar bem as previsões do Inmet. Estar sempre
preparado para a questão de replantio, porque uma vez que você coloca a semente
no campo, a chuva pode não vir, então você tem que estar sempre preparado para
isso”, reforça.
A
produção brasileira de grãos, em geral, deve chegar a 306,4 milhões de
toneladas, segundo o 4º levantamento da safra 2023/24, divulgado pela Conab no
mês passado. Se confirmado, o volume representa uma queda de 13,5 milhões de
toneladas em relação à safra 2022/23.
Fonte: Brasil 61
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