No dia seguinte à esperada reunião com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI), os funcionários do Banco Central rejeitaram a contraproposta do governo na Mesa Específica de Negociação da categoria. Os servidores também decidiram intensificar a entrega de cargos comissionados e anunciaram que vão parar completamente por 48 horas, nos dias 20 e 21 deste mês. As informações são da revista Isto É.
Em
dezembro, os servidores do BC aprovaram o “estado de greve geral” no órgão e já
realizaram uma paralisação de 24h no dia 11 de janeiro. Na ocasião, o movimento
teve adesão de mais de 70% da categoria.
“Estamos
chegando em velocidade alarmante a um ponto de não retorno. Sem uma proposta
que reverta essa situação de crise, o BC, que está em grave risco hoje, pode
colapsar. E isso nos deixa com uma reflexão: a quem interessa um Banco Central
sucateado e enfraquecido?”, afirmaram os três sindicatos da categoria, em nota
conjunta.
A
assembleia convocada nesta sexta-feira pela Associação Nacional dos Analistas
do Banco Central do Brasil (ANBCB), Sindicato Nacional dos Funcionários do
Banco Central (Sinal) e Sindicato Nacional dos Técnicos do Banco Central
(SinTBacen) teve como resultado a recusa da proposta do MGI por 97% dos
servidores participantes. A próxima reunião de negociação com o governo ficou
marcada para o dia 21 de fevereiro.
“As
entidades representativas decidiram não apresentar sequer uma contraproposta,
dado que os pleitos já estão feitos e exaustivamente detalhados. Espera-se que
na próxima reunião o Governo apresente uma proposta que vá ao encontro das
necessidades do BC e proporcione o início de um processo de reversão do
desmonte que corre a passos largos na autarquia”, acrescentaram os sindicatos.
De
acordo com as entidades, até o início da tarde desta sexta-feira, mais de 50
servidores já haviam comunicado oficialmente seu desligamento das funções
gerenciais que desempenham, e que costumam ser remuneradas.
“As
entregas envolvem servidores que ocupam posições em todos os níveis
hierárquicos, inclusive chefia estratégica e envolvidos em projetos e processos
críticos, como o Pix, o Sistema de Transferência de Reservas (STR),
desenvolvimentos de sistemas de TI, autorização de funcionamento de
instituições, fiscalização, supervisão direta de prevenção à lavagem de
dinheiro e de financiamento ao terrorismo”, detalha o documento.
Embora
o governo tenha autorizado a realização do primeiro concurso para o BC desde
2013, com 100 vagas, os servidores desejam uma reestruturação da carreira. Além
do bônus produtividade, os funcionários da autoridade monetária pedem a
exigência de ensino superior para o cargo de técnico na autarquia e a alteração
de nomenclatura do cargo de analista para auditor.
O
BC foi procurado pela reportagem, mas não retornou até o fechamento deste
texto.
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