(*) Percival Puggina
A Educação pode ser a salvação
ou a perdição de um povo. Uma Educação que crie condições para o
desenvolvimento de aptidões, talentos, competências, virtudes, bem como a
superação de dificuldades, promove o bem pessoal e social. Uma “educação” que
negligencie estes aspectos e veja a si mesma como instrumento político para
aliciamento e formação de militantes resulta em miséria e discriminação. Todas
as suas experiências são miseráveis, sendo o êxito e a prosperidade pessoal
privilégios dos controladores e de quem lhes escape ao controle. Tal “educação”
se oporá, sempre, a movimentos como “Escola sem partido”, escolas
cívico-militares e “home schooling”, como fez Lula ao falar durante a Conae. É
lógico, esse projeto de poder não aceita abrir mão de uma única vítima!
Consulte o Google sobre “escola e cidadania” e você entenderá melhor o que
estou afirmando.
O caso cubano serve como
exemplo. No início deste século, Cuba envelhecia e esclerosava, parada nos anos
50 do século passado. População empobrecida; três em cada quatro cubanos
trabalhavam para o Estado; o salário mensal máximo equivalia a uns US$ 30. O
Estado comunista se apropriava da totalidade do PIB gerado para proveito da elite
política proporcionando uma infraestrutura miserável ao povo e oferecendo seu
alardeado mérito: saúde e educação para a população.
Por três vezes fui lá. Escrevi
dois livros e incontáveis artigos a respeito. O equipamento de saúde disponível
para a população era indigente, mas, honestamente, não diria o mesmo da rede de
ensino. O regime cuidava e cuida dela obedecendo a uma lógica interna. Ele sabe
o quanto o ensino serve para formar os herdeiros dos “frutos de la revolución”.
Tá bem. Todos os regimes comunistas têm consciência disso e comandam as salas
de aula. É por elas que passam tanto os caminhos da liberdade quanto os da
servidão futura. Aqui no Brasil, o governo fez sua escolha! A Conae fornece a
evidência.
A estas alturas já vi e ouvi o
suficiente dessa gestão para saber que veio completar o que ficou faltando às
anteriores, tucanas e petistas. Especialmente, combate policialesco à liberdade
de expressão nas redes sociais; mais dinheiro aos companheiros “artistas pela
democracia”; muita verba publicitária ao jornalismo que engorda no pasto
estatal e a joia das coroas totalitárias: controle centralizado, unificado,
federal do que se ensina em sala de aula.
Os mecanismos de infiltração
já produziram o inteiro suporte ao que está por vir. O futuro apareceu nítido
no visual companheiro da Conae e compreensível no que ela propõe. Todas as
pautas petistas estão bem servidas! É estarrecedor perceber quanto a máquina
produtora do fracasso educacional festeja com risos e aplausos sua
cristalização normativa.
Mexa-se, grite, reclame, vá para a rua, escreva, envie mensagens, cobre de seu congressista. Salvo surpresa, talvez não haja pauta mais importante nestes dias. Dependendo do que prevaleça, um futuro mais promissor pode mudar de 2026 para a geração subsequente, lá por 2056.
(*) Arquiteto,
empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores, colunista de
dezenas de jornais e sites no país. Membro da Academia Rio-Grandense de
Letras. Escreve, semanalmente, artigos para vários jornais do Rio Grande do
Sul, entre eles Zero Hora, além de escrever o seu próprio blog e em outros
websites de expressão nacional, a exemplo do Mídia Sem Máscara, Diário do
Poder, Tribuna da Internet. Sua coluna é reproduzida por mais de uma centena de
jornais.
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