A
Bahia segue na liderança nacional na geração de energia eólica. De acordo com
dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), as 312
usinas em operação no estado produziram cerca de 29 mil GWh (Gigawatt-hora) em
2023, energia suficiente para abastecer 223 milhões de residências. Somente em
dezembro do ano passado, o estado gerou 2.275 GWh de energia eólica.
No
estado, os parques eólicos estão distribuídos por 32 municípios baianos. Os
destaques são: Sento Sé, Morro do Chapéu, Caetité, Campo Formoso, Pindaí,
Gentio do Ouro, Igaporã, Xique-Xique, Guanambi e Mulungu do Morro, responsáveis
por 78,98% de toda a produção.
O
município de Sento Sé, localizado no norte da Bahia, aparece na primeira
posição, com 58 empreendimentos e geração acumulada de energia eólica de mais
de 5,7 mil GWh. Em seguida aparecem Morro do Chapéu e Campo Formoso, com
42 empreendimentos e 5,4 mil GWh de energia produzida em 2023 e 26
empreendimentos — e geração de 3,9 mil GWh no último ano, respectivamente.
A
lista dos municípios baianos produtores de energia eólica é completada por
Ibipeba, Tanque Novo, Tucano, Casa Nova, Várzea Nova, Sobradinho, Uibaí, Brotas
de Macaúbas, Brumado, Cafarnaum, Itaguaçu da Bahia, Bonito, Canudos, Iraquara,
Ourolândia, Umburanas, Araci, Biritinga, Licínio de Almeida, Riacho de Santana,
Souto Soares e Urandi.
A
presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica),
Elbia Gannoum, destaca o impacto econômico do setor eólico para o estado.
“A
energia eólica é a segunda capacidade instalada do país, cresce muito e vai
continuar crescendo. Quando você traz novas tecnologias, você está criando uma
nova indústria, está trazendo mais investimento, você está gerando mais
emprego. E isso é muito importante para a economia”, destaca.
Segundo
dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os empreendimentos no
estado geraram cerca 90 mil empregos. Além disso, a Bahia possui outras 63
usinas em construção, capazes de gerar 26 mil empregos — e mais 200 usinas
com construções não iniciadas, que podem gerar 84 mil empregos.
Energia
Eólica no Brasil
Ainda
de acordo com a Aneel, o Brasil ganhou 140 novas usinas eólicas em 2023, com
capacidade total instalada que soma 4,9 GW. Somente em dezembro, 35 novas
usinas entraram em operação.
Os
principais geradores de energia elétrica por fonte eólica pertencem à região
Nordeste, concentrando mais de 90% de toda a energia gerada pela fonte, segundo
dados de geração acumulada de 2023 da Câmara de Comercialização de Energia
Elétrica. A Bahia apresentou a maior geração total de energia eólica do
Brasil em 2023, devido à sazonalidade dos ventos, correspondendo a 32% da
geração nacional. Em seguida, aprece o Rio Grande do Norte, (30%) e Piauí, (com
quase 15%).
O
professor de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB) Ivan
Camargo, destaca as potencialidades do Brasil para a geração de energia eólica.
“A
energia eólica no Brasil tem crescido muito. Para ter uma ideia de valores, em
2012 a potência instalada era da ordem de 2.000 megawatt, em 2022, 24.000
megawatt. Ou seja, em 10 anos cresceu 12 vezes. O Brasil se destaca porque ele
tem uma qualidade de vento muito bom. A quantidade de energia que em
aerogerador gera pela quantidade de potência instalada é um fator muito
importante, que no Brasil é da ordem de 40% e na média do mundo é sempre menor
do que 30. Então, instalar um gerador eólico no Brasil é muito mais barato e
gera muito mais energia do que outro lugar do mundo”, explica.
O
engenheiro ainda destaca os principais desafios do setor no Brasil.
“O
Brasil é um exemplo de produção de energia renovável para o mundo, 80% da nossa
energia gerada em 2023 foi renovável: hidráulica, solar ou eólica. Vários
países estão batalhando para conseguir 20% ou 30% da sua energia seja
renovável. E o Brasil está muito à frente, então o maior desafio do setor, é evitar
que se crie regras, subsídios e encargos para não encarecer uma energia, num
país que, por suas características naturais, tenha o potencial a possibilidade
de gerar energia hidráulica, eólica e solar de uma forma muito barata”,
completa.
Fonte: Brasil 61
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