Veto presidencial às emendas de comissão mobiliza parlamentares

 

A medida, segundo setores do Palácio do Planalto, visa manter as emendas de comissão em um patamar mais controlado, uma vez que o texto aprovado pelo Congresso elevou essa modalidade de emenda para cerca de R$ 16 bilhões.

 


Em uma decisão que poderá gerar muito ruído no Parlamento, logo após o fim do recesso, em fevereiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decidiu vetar R$ 5,4 bilhões em emendas de comissão ao sancionar o Orçamento para 2024. O objetivo do veto é restabelecer a distribuição de recursos para setores essenciais e às obras do Novo Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).


A assinatura do documento, nesta tarde, ocorre na data limite para vetos e sanções à Lei Orçamentária Anual (LOA), que delimita o Orçamento da União para o ano de 2024. Diante do corte nas emendas parlamentares, a coordenação política do Planalto calcula que haverá forte mobilização no Congresso para a derrubada do veto.


A medida, segundo setores do Palácio do Planalto, visa manter as emendas de comissão em um patamar mais controlado, uma vez que o texto aprovado pelo Congresso elevou essa modalidade de emenda para cerca de R$ 16 bilhões, mais do que o dobro do montante aprovado para 2023, que foi de R$ 7,7 bilhões. Com o veto, a expectativa é que o valor retorne ao acordado de R$ 11 bilhões.


Proposta


A queda nos índices de inflação mais ampla do que o esperado também contribuiu para uma redução de R$ 4 bilhões no total de recursos disponíveis no Orçamento. A soma desse valor ao excedente das emendas resultaria em um impacto de mais de R$ 9 bilhões, um ônus que o governo considera inviável.


As emendas em questão, conhecidas como RP8, são direcionadas pelas comissões permanentes da Câmara e do Senado. Ao contrário das emendas impositivas, não há reserva de recursos no Orçamento para o pagamento delas, o que geralmente resulta em uma execução parcial.


Durante as negociações do texto, no ano passado, parlamentares tentaram impor um calendário de pagamento para as emendas de comissão, buscando tornar obrigatória a sua execução. Mas a medida foi retirada da proposta pelo relator, deputado Danilo Forte (União Brasil-CE), que manteve o calendário para as emendas obrigatórias, como as individuais e as de bancada.


Mudança


Outros potenciais vetos ao texto encontram-se, principalmente, nas alterações da LOA realizadas pelos parlamentares. Entre elas, destaca-se a redução de verba para o Novo PAC, programa emblemático para o governo. A modificação proposta pelos congressistas permitiria destinar 0,9% da receita corrente líquida da União para emendas de comissão, totalizando R$ 53 bilhões para todos os tipos de emendas.


Outra mudança ocorreu no âmbito do programa Minha Casa, Minha Vida, um dos projetos fundamentais do governo Lula. O governo federal havia destinado inicialmente R$ 13 bilhões para o programa, mas o Congresso reduziu esse valor para R$ 8,9 bilhões.


Recentemente, o Tribunal de Contas da União (TCU) emitiu um relatório alertando para um possível déficit de R$ 55,3 bilhões nas contas públicas de 2024. O órgão considerou as receitas na proposta do governo para a LOA como "superestimadas", apontando para um risco de descumprimento da meta de resultado fiscal proposta no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2024. O TCU também destacou "medidas cujas consequências ainda não são muito claras ou previsíveis" para alcançar a meta do déficit zero, estabelecida pelo Planalto.


Fonte: Correio do Brasil



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