BANQUETE DE FARAÓ I



(*) Gilmar Acosta


“... Éramos  escravos de Faraó no Egito: Porém o Senhor com mão forte,  nos tirou de lá. ( Deut. 6:21)


Muito relutei em escrever essa missiva, porém é difícil ficar dormindo em berço esplêndido, enquanto alguns irmãos menos incautos, descem em marcha e ordeiramente, como cordeiro mudo para um abismo sem fim, um verdadeiro calabouço, e pasmem, com a anuência deliberada e velada (consciente ou inconsciente), de seus pastores e líderes. Tenho observado o envolvimento político-partidário em nossas igrejas com muita preocupação, onde pessoas inescrupulosas, sem compromisso com Deus e com a comunidade, vêm sorrateiramente às Igrejas, com fala mansa, desfigurados, e, não raro, com olhos marejados, pinçam um texto qualquer do livro de Deus, lendo-o com entonação teatral e até Hollywoodiana, aguçam nosso sentimento e ainda dizemos: ‘’ Ele fala como crente, que coisa linda, ele é amigo do evangelho”. À propósito: Existe mesmo essa história de amigo do evangelho? Não somos bodes, nem bois... Somos a menina dos olhos de Deus, ovelhas do pasto do Supremo Pastor – Jesus Cristo.

Pastores! Líderes! Cuidado com o que fazes... Cuidado com os carcarás de plantão. Os falconiformes estão à solta. Continuem entregando as carnes preciosas a estes abutres, pois o Dono deste povo um dia terá uma conversinha em seu ouvido... tipo: Não vos conheço, malditos...Apartai-vos de mim.... - Quem tem ouvidos, ouça...


Impressionante que irmãos que estão disciplinados, não podem tocar nos instrumentos do altar, testemunhar, cear, dirigir, pregar, porém, quando estes políticos chegam nessas igrejas-mercearias, o púlpito lhes é entregue sem nenhuma hesitação. Aproveito para usar o jargão de um âncora famoso: “  Isto é uma vergonha”.

Lembrei-me agora quando Jimmy Carter era presidente dos Estados Unidos da América e, sempre que podia, assumia a classe da escola bíblica dominical da Igreja que ora membrava, e num episódio fatídico, em sua chegada, alguns diáconos bajuladores de plantão, levantaram alguns jovens visitantes que estavam acomodados na primeira fileira de bancos, para que ele se assentasse com sua comitiva, e ele constrangido, segurou-se até o fim do culto para repreender o pastor e seus auxiliares pelo ato, dizendo-lhes que se fizessem aquilo novamente, não se sentiria  mais  à vontade para estar naquela congregação.


Grassa em nosso meio a máxima que crente vota em crente, e eu particularmente creio, em parte.... Desde que o irmão seja competente e comprometido com as causas sociais, não só da igreja, mas, de toda a comunidade. O pensamento precisa ser comunitário, dentro de um macro-dinamismo reformista e igualitário. Não é porque o cidadão é um diácono atuante, presbítero ou até mesmo Pastor, que será um bom representante político. A história tem nos mostrado o inverso - uma tristeza injustificável. Ademais, sejamos conscientes que quando o Estado, capitaneado pelos novos Césares, alia-se a Igreja é para sugá-la, extrair o que há de melhor, e, não poucas vezes, a Igreja sai manchada, vilipendiada, trôpega, e com sua unidade arranhada. É ou não é verdade?


ELES ESTÃO VOLTANDO: E vem trazendo em suas maletas perniciosas e suas cuecas “ungidas”, tijolos, cimento, bebedouros, terrenos, cal, lâmpadas, caixas de som, microfones e outras miçangas, para em troca disso tudo, levar nossa cidadania aqui na terra e nos Céus. “Para a liberdade cristo nos libertou; permanecei, pois, firmes e não vos dobreis novamente a um jugo de escravidão”. (Gálatas 5:1).   “ Ora, o Senhor é o Espírito; e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade”.( II Coríntios 3:17). Se há aprisionamento, encastelamento, o Senhor ficará de fora, só se apresentará ( se for convidado) para quebrar as amarras e correntes.

Porque aprisionar-se? Participar deste banquete de Faraó com carnes gordas do Egito, se almejamos uma cidade santa, adornada, linda, que mana leite e mel, preparada pelo próprio Senhor? Lembremo-nos que estes bois foram engordados às custas de trabalhos forçados de povos  despatriados, indefesos e escravos. Sigamos em frente para o Reino do Filho de Seu Amor. Não entreguemos nossa primogenitura por um prato de lentilhas.


O voto é livre e secreto. Não contribuamos com o mercado de votos, pois além de proibido é pecado. Nossa dignidade não tem preço. Se o seu pastor ou líder foi favorecido com um empreguinho sazonal para um cunhado, filho, esposa, ou até para ele mesmo, ou com qualquer outra coisa, que ele resolva sozinho este escambo, troca, salada mista gospel, permuta ou coisa que o valha. Ele não tem o direito de entregar o Corpo do Senhor a pessoas com castas de demônios, que ora estão nas Igrejas, ora nos centros de macumba, cartomantes, quiromantes e outros nuances das trevas. VOCÊ SÓ DEVE AO SENHOR. Definitivamente, a Igreja não pode mais viver neste grande conflito de artifícios humanos, mecânicos até mesmo despudorados. Eu preciso que alguém me mostre base Bíblica para:


Cachorro quente missionário, pãozinho de Jesus, cuscuz ungido, mugunzá santo, sorvetinho do Céu etc... CHEGA. Isso tudo surgiu pela nossa infidelidade. Quem tem que sustentar a obra de Deus, são seus filhos e quem Ele determinar. Há alguns dias atrás repreendi um líder evangélico que se gabava de ter recebido gasolina e outras coisas de um político, e ele me disse com o dedo em riste: “Reverendo, o meu deus levanta até Satanás prá me ajudar. Não questionarei isso. Só creio que Ele fica mais á vontade utilizando seu povo. Ou não?


Em tempo: Você lembra quando foi realizado o último mutirão em sua Igreja para levantar a casinha do irmão que desmoronou com a chuva?  Quantos por cento existe no orçamento de sua Igreja para cestas básicas, donativos ou mesmo para missões? Mas há verbas para Chácaras para o lazer dos irmãos... Templos suntuosos... Salomônicos ou Babilônicos? Até parece concorrência denominacional, ou será que é?  (outra oportunidade trataremos deste assunto). Seremos julgados pelo que apascentamos ou pelo que construímos?


Se a responsabilidade social da Igreja não existe, onde fica a pedagogia cristã? Onde estão as escolas cristãs com responsabilidade integral? Quando aconteceu a última grande campanha de oração, mas oração com propósitos, com resultados claros e definitivos em nossas almas, em nossas vidas e famílias, não só resultados materiais?


Há pastores que se banqueteiam neste período eleitoral, trocam de carro, reformam suas Igrejas, fazem qualquer negócio com alguns filhos das trevas, e ainda dizem que estão evangelizando...Há muitos artifícios subliminares como: Café com Pastores, almoço de líderes, etc... Isso tudo é muito bom. Mas, por que isso não acontece sempre, só no período eleitoral?


Que o Senhor nos abençoe. Fujamos enquanto há tempo dos que aproveitam nossa boa fé. Tenhamos coragem. Victor Hugo disse que: “Coragem é a dignidade sob pressão’’. Corramos. Libertemo-nos. Liberta que Sera Tamem - Liberdade ainda que Tardia.  Soli  Deo Gloria.   Shalom  Shalom  e  Shalom.


(*) Gilmar Acosta. Pastor Batista CBN, Licenciado em História pela UPE,Bel. Em Teologia,Bel.Em Direito,Doutorando em Naturopatia Clínica,Voluntário e Consultor efetivo nas causas de Recuperação de Dependentes Químicos.



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