Foto: Wilton Junior/Estadão
A juíza Sandra Regina Soares, da 9ª Vara Federal de Curitiba, colocou no banco dos réus os integrantes de uma quadrilha ligada ao PCC que planejou sequestrar o senador Sérgio Moro. Oito denunciados vão responder por organização criminosa e tentativa de extorsão mediante sequestro. Um deles também é acusado de posse ilegal de arma de fogo.
Foram
colocados no banco dos réus: Janeferson Aparecido Mariano, o ‘Nefo’, suposto
articulador do plano de sequestro de Moro; Claudinei Gomes Carias, o ‘Nei’,
braço direito de ‘Nefo’; os irmãos Herick da Silva Soares, ‘Sonata’, e Franklin
da Silva Correa, ‘Frank’; Aline de Lima Paixão, ‘principal companheira’ de
‘Nefo’; Aline Ardnt Ferri, ‘outra companheira’ de ‘Nefo’; Cintia Aparecida
Pinheiro Melesqui; e Hemilly Adriane Mathias Abrantes.
Além
destes, outros seis acusados responderão à acusação de organização criminosa.
Cinco deles são integrantes do ‘alto escalão’ do PCC:
Patrick
Uelinton Salomão, o ‘Forjado’, integrante da ‘Sintonia Final’ do PCC, apontado
como um dos líderes da facção nas ruas;
Valter
Lima do Nascimento, ‘Guinho’, ‘diretamente vinculado ao traficante ‘Fuminho’,
um dos maiores fornecedores de drogas para o PCC, é apontado como o responsável
por planejar um ousado plano de resgate do chefão da facção, o Marcola, que
envolvia o uso de aeronaves, blindados e metralhadoras;
Reginaldo
Oliveira de Sousa, vulgo RE, apontado como integrante das ‘equipes’ do PCC
voltadas para os grandes assaltos de bancos e ataques contra a Polícia;
Sidney
Rodrigo Aparecido Piovesan, o El Sid ou Cid, também considerado um dos
principais líderes da facção.
Reginaldo
Oliveira de Sousa ainda vai responder por posse ilegal de duas armas de fogo
apreendidas durante a Operação Sequaz.
O
Ministério Público Federal narra que os acusados constituíram
uma organização criminosa ‘que atuou com emprego de armas de fogo, com o
objetivo de obter vantagens indevidas mediante a prática de crimes contra
servidores e autoridades de segurança pública, especialmente delitos de
extorsão mediante sequestro e homicídio qualificado’.
Segundo
a Procuradoria, os denunciados seguiam ordens do PCC, que ‘compartilhou ao
menos parte de seus membros’ com o grupo. “A investigação revelou efetiva
participação de membros de alto grau hierárquico do PCC, para determinar à
organização criminosa ora denunciada o planejamento e execução de atentados
contra pessoas que desempenharam funções na área de segurança pública,
inclusive na esfera federal”, sustentou o órgão.
Com
relação aos denunciados pela tentativa de sequestro de Sergio Moro, o MPF
narrou que o planejamento do crime se deu em razão da ‘função federal’ do
ex-ministro, ‘com o fim de obter vantagem como condição do resgate, somente
não consumando o delito por circunstâncias alheias às suas vontades’.
“Conforme
apurado na presente investigação, os motivos do crime estão relacionados às
medidas adotadas por Sérgio Moro enquanto Ministro da Justiça, mais
precisamente a transferência de lideranças da facção criminosa Primeiro Comando
da Capital para presídios federais de segurança máxima, bem como a proibição de
visitas íntimas nesses presídios, para evitar a transmissão de ordens da alta
hierarquia. Além de concretizar vingança, os criminosos objetivavam obter
vantagens materiais com a prática do sequestro, desde a revogação dessas
medidas adotadas pelo ex-ministro até a difusão de sensação de pânico
generalizado na população civil e em autoridades públicas, diante do ataque
direto àqueles que se dedicaram ao enfrentamento do crime organizado”, afirma o
MPF.
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