© Fornecido por AFP
Donald
Trump comparece nesta terça-feira (4) a uma audiência com um juiz de Manhattan
para ouvir as acusações pelas quais será processado no caso de um pagamento
para comprar o silêncio de uma atriz pornô, no primeiro indiciamento criminal
contra um ex-presidente dos Estados Unidos.
O
republicano, de 76 anos, chegou na segunda-feira a Nova York a bordo de
seu avião particular. Ele deixou sua mansão em Mar-a-Lago, na Flórida, onde
repetiu que é vítima de uma "caças às bruxas" em plena campanha para
tentar retornar à Casa Branca nas eleições de 2024, nas quais este indiciamento
aparece com consequências imprevisíveis.
Alvo
de duas tentativas de impeachment do Congresso americano quando era presidente
(2017-2021), Trump foi convocado para comparecer ao Tribunal Superior de
Manhattan às 14h15 (15h15 de Brasília), onde, como qualquer cidadão indiciado,
será fotografado e deixará as impressões digitais registradas.
O
juiz Juan Merchán - que também foi o instrutor de outro caso contra a
Organização Trump, por fraude fiscal, no fim do ano passado - lerá as acusações
do processo, que permanecem confidenciais.
O
juiz deve permitir que a imprensa fotografe Trump por poucos minutos no
tribunal, antes do início da audiência.
-
Inocente -
De
acordo com os advogados, Trump vai se declarar inocente e o caso deve
prosseguir para julgamento, em uma data que ainda será determinada e que, sem
dúvida, será um dos processos com maior cobertura da imprensa na história do
país.
Trump
é acusado pelo pagamento de 130.000 dólares à atriz pornô Stormy Daniels antes
das eleições de 2016 para comprar seu silêncio por um suposto relacionamento
extraconjugal ocorrido 10 anos antes, o que o empresário sempre negou.
"Biden
e sua 'gente' sabiam" das intenções do procurador do distrito de Manhattan,
Alvin Bragg, de "perseguir Trump", escreveu o republicano em sua rede
Truth Social na segunda-feira. Ele também chamou o procurador de
"racista".
O
ex-presidente afirma que é impossível ter um julgamento justo em sua cidade
natal, governada pelo Partido Democrata, após a decisão de Bragg de acusá-lo na
quinta-feira passada, ao confirmar a decisão de um grande júri.
O
procurador deve conceder uma entrevista coletiva após a audiência de Trump.
-
Mais jornalistas que seguidores -
Diante
do temor de distúrbios, como os ocorridos em 6 de janeiro de 2021, quando
milhares de seguidores de Trump invadiram o Capitólio, em Washington, a polícia
de Nova York está em alerta máximo e isolou as imediações da Trump Tower e do
Tribunal Superior do sul de Manhattan, onde pela primeira vez um ex-presidente
americano sentará no banco dos réus.
Embora
não existam "ameaças críveis" para Nova York, o prefeito Eric Adams,
apoiado pelos comandantes das forças de segurança, pediu aos possíveis
"agitadores" que se controlem, em particular a congressista radical
Marjorie Taylor Greene, que convocou uma demonstração de apoio ao magnata para
as imediações do tribunal.
Os
jornalistas são muito mais numerosos que os poucos seguidores de Trump que
apareceram até o momento para expressar apoio.
Na
5ª Avenida, um grupo de simpatizantes do ex-presidente exibiu uma faixa com a
frase: "Termine o Muro, Trump 24", em referência ao muro na fronteira
com o México para impedir a imigração.
Entre
os manifestantes estava Vito Dichiara, 71 anos, um aposentado que acusou o
procurador de conspirar para impedir o retorno de Trump à Casa Branca e repetiu
as falsas alegações do republicado de que os democratas roubaram a eleição de
2020.
"Estou
aqui para apoiar Donald Trump, ex-presidente e futuro presidente dos Estados
Unidos", declarou à AFP.
O
caso Stormy Daniels é apenas um dos casos que ameaçam o ex-presidente, que
também é investigado por pressionar funcionários públicos para anular a vitória
de Joe Biden em 2020, com uma ligação telefônica gravada na qual pediu ao
secretário de Estado da Geórgia que "encontrasse" votos suficientes
para reverter o resultado.
Trump
também é investigado por seu possível papel na insurreição de 6 de janeiro de
2021 no Capitólio, assim como pela custódia de documentos confidenciais depois
de deixar a Casa Branca.
Com informações da AFP
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