Foto captura de Tela
Bolsonaro desembarcou no aeroporto Leite Lopes, Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo) neste domingo (30), pouco antes das 14h deste domingo e foi recebido por apoiadores que horas antes já se aglomeravam no local.
Gritos
como "Lula, ladrão, seu lugar é na prisão", "Deus, pátria,
família e liberdade" e "Eu vim de graça" foram entoados a todo
momento pelas pessoas presentes sob uma temperatura de 31 graus.
Um
forte esquema de segurança foi montado. A região próxima à área de desembarque
foi cercada, e policiais militares faziam revista em quem entrava no local.
Havia ao menos 15 veículos de forças de segurança no aeroporto, inclusive dois
ônibus da Polícia Militar.
No
voo, Bolsonaro embarcou após todos os passageiros. Na chegada a Ribeirão,
desembarcou antes dos demais, cercado por quatro seguranças.
No
entorno, vendedores ambulantes comercializavam camisas alusivas ao
ex-presidente por R$ 50, mesmo preço cobrado por bandeiras pequenas.
"O
acompanho desde 2019, vendi muita camisa já, mas seria melhor se ele tivesse
ganhado [em 2022]", disse o vendedor Paulo Sérgio Alves, de São Paulo.
Do aeroporto Bolsonaro saiu em ima de uma caminhonete e foi seguido por motos e carros até uma fazenda às margens da rodovia Abrão Assed que liga Ribeirão Preto à serrana. Políticos como o deputado Mário Frias acompanharam o desembarque do ex-presidente.
O
objetivo da visita a Ribeirão foi o de participar da cerimônia de abertura da
Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação) nesta segunda
(1º), que no entanto foi cancelada pela organização devido a uma polêmica com o
governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Imbróglio
Principal
feira de tecnologia agrícola da América Latina, a Agrishow entrou em rota de
colisão com o governo federal na última terça-feira (25), quando o presidente
da feira, Francisco Matturro, comunicou ao ministro Carlos Fávaro (Agricultura)
que Bolsonaro participaria da cerimônia de abertura e sugeriu que o ministro
visitasse o evento no dia seguinte, quando haverá uma reunião da FPA (Frente
Parlamentar do Agronegócio).
Fávaro
se sentiu "desconvidado", cancelou a agenda em Ribeirão Preto e fez
com que o governo Lula ameaçasse, na sexta-feira (28) cancelar o patrocínio do
Banco do Brasil ao evento.
Na
noite de sábado (29), pressionada por expositores, as associações organizadoras
da Agrishow anunciaram num comunicado o cancelamento da cerimônia de abertura.
A
não realização do ato de abertura não impedirá que Bolsonaro visite a feira. O
ex-ministro Fabio Wajngarten publicou numa rede social que o ex-presidente
permanecerá em Ribeirão até o final desta segunda-feira (1º).
Vídeos
de Pontes e Salles foram compartilhados em aplicativos de mensagens nos últimos
dias convocando "conservadores", "patriotas" e "homens
e mulheres de bem" para participar da recepção a Bolsonaro.
O
convite para Bolsonaro visitar Ribeirão partiu do presidente do Sindicato Rural
de Ribeirão Preto, Paulo Junqueira, que também preside a Associação Rural de
Ribeirão e é vice-presidente da Assovale (Associação Rural Vale do Rio Pardo).
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