No
início do século passado, quando escreveu que “o sertanejo é, antes de tudo, um
forte”, Euclides da Cunha exaltou a valentia de um povo castigado pelas
adversidades naturais da região, mas também anotou a esperança, a confiança e a
fé em dias melhores. Relembro, aqui, as famosas palavras de um dos maiores
nomes da literatura brasileira com o propósito de fazer um paralelo com um
velho e reincidente problema enfrentado por essa gente guerreira: mais de 100
anos se passaram e a falta de acesso à água segue atormentando a população,
pelo menos no que diz respeito ao nosso estado.
Em
Pernambuco, o cenário atual (em pleno século 21) é de desolação. Se, no passado
distante, faltavam recursos e tecnologias, hoje sobram incompetência e descaso.
Não é novidade para ninguém a forma como o pernambucano, o sertanejo, o
petrolinense, vem sofrendo há muitos anos com a ineficiência da Compesa,
empresa estatal que detém a concessão de água e esgoto em nosso estado. O mais
revoltante – embora soasse impossível até pouco tempo - é constatar,
lamentavelmente, que o serviço ofertado, que já era péssimo, conseguiu se
tornar ainda pior.
Do
litoral ao sertão, multiplicam-se as reclamações dos pernambucanos a respeito
da negligência da Compesa; são ruas que se tornaram rios de esgoto, canos
estourados, torneiras que se perpetuam sem uma gota d’água. A lista do
desrespeito é grande e só aumenta a cada dia.
Estamos exaustos desse modelo falido, que não tem mais condições de atender a população pernambucana, causador de tanto sofrimento e tantas dores, os quais totalmente evitáveis caso houvesse uma gestão competente e comprometida em solucionar os problemas existentes.
O cidadão já não aguenta mais as mesmas desculpas esfarrapadas para justificar
a recorrente falta de água e o desdém com o saneamento básico em todas as
regiões do nosso estado. As promessas de resolução eternas, então, já viraram
lenda, piada, chacota.
Petrolina
e diversos municípios do sertão representam bem o desleixo e a falta de
compromisso da Compesa com o povo e com a cidade. No calor que atinge essa
região, a população sofre sem ter como cozinhar, lavar roupa e até tomar um
banho digno. Afrânio e Dormentes são outro exemplo dessa situação lastimável:
já passou mais de um mês e o acesso à água não chega. Diversos bairros de
Petrolina seguem sofrendo com esse cenário penoso, dissimulado pela Compesa com
o anúncio dos intermináveis calendários provisórios de abastecimento.
É imprescindível colocar um ponto final no descaso da Compesa! Além de ineficiente, é uma empresa que muitas vezes prioriza seu interesse corporativo em detrimento dos interesses do povo pernambucano.
Creio que não haja mal que dure para sempre, portanto, aqui renovo o nosso compromisso
em lutar pela privatização da Compesa, seguindo o exemplo exitoso de outros
estados, como Rio de Janeiro e Alagoas. Considero que tão somente com a
parceria junto à iniciativa privada – a partir da injeção de mais capital –
teremos capacidade de fazer os investimentos expressivos a fim de conseguir a
universalização do acesso à água e ao saneamento básico.
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