Depois de participar de um “consórcio de mídias” que se uniu para apoiar o Lulapetista e derrubar o ex-presidente Bolsonaro, agora o jornal Estadão parece ter se arrependido e começa a “bater” pesado no atual mandatário.
Recentemente os editoriais do jornal Estadão, na coluna “Notas & Informações”, não tem poupado críticas
severas ao novo modelo de gestão adotado pelo petista nesse seu terceiro mandato.
Nessa sexta-feira(3/3), o jornal publicou mais um editorial intitulado: A ideologia do MST, um latifúndio improdutivo”. Confira abaixo a transcrição ipsis litteris da matéria:
"Como se sabe, a
narrativa conjurada por Lula da Silva nas eleições de 2022 é de que ele seria a
única alternativa para salvar a democracia do autoritarismo. Ele e seu partido
seriam menos os chefes do que abnegados servos de uma “frente ampla democrática”
destinada a conciliar uma sociedade profundamente dividida.
Traduzido para o campo,
esse discurso implicava um rebranding do Movimento dos Trabalhadores
Rurais Sem Terra, o MST. Ele já não seria um aparelho revolucionário socialista
guiado pelo lema “ocupação é a única solução”, mas um conglomerado pacífico de
cooperativas, repetidamente celebrado como “o maior produtor de arroz orgânico
desse país”. Mentiras deslavadas, como quando Lula disse em um dos debates
eleitorais que o MST nunca invadiu uma propriedade produtiva, foram descontadas
como peças de retórica toleráveis em nome da redenção da democracia.
Mas as fissuras na
narrativa estavam lá para quem quisesse ver. A desconfiança do agronegócio era
tratada como mero preconceito de classe. Nos cercadinhos de Lula, pululavam
referências ao agro como vilão ambiental. De vez em quando, o conciliador
deixava transpirar velhos cacoetes. O “capiau” paulista seria “ignorantão” e
“chucro” – mas, como o insulto aludia a Jair Bolsonaro, foi contemporizado.
Falando sobre o agronegócio ao Jornal Nacional, escapou um “fascista e
direitista” – mas seria só “um setor”.
Já no poder, a
narrativa começou a ruir, com o desmembramento esquizofrênico da pasta da
Agricultura em um Ministério da Agricultura e outro do Desenvolvimento Agrário.
Agora, as fissuras ameaçam abrir-se em crateras.
Nesta semana, 1,7 mil
militantes do MST invadiram três fazendas de eucaliptos na Bahia. De
improdutivas, nada têm. Pelos dados da proprietária, a Suzano, só na região ela
gera 7 mil empregos e beneficia 37 mil pessoas pelo efeito renda. Mas, como
deixou transparecer a líder do MST na Bahia, Eliane Oliveira, o objetivo não
era mesmo denunciar latifúndios improdutivos, mas só chantagear o governo para
ocupar cargos no poder: “O MST acendeu o alerta amarelo diante da demora do
governo federal em nomear a presidência do Incra (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária)”.
Nos governos Temer e
Bolsonaro, e a rigor já no governo Dilma, o Incra vinha se dedicando cada vez
menos a aumentar o número de assentamentos e cada vez mais a melhorar as
condições de vida das famílias, transformando os assentamentos em comunidades
capazes de alcançar mais produção e renda, por meio de programas de
capacitação, ofertas de insumos e melhorias de infraestrutura e moradia. Essas
medidas vinham combinadas a políticas de titularização, que só nos últimos 4
anos emitiram o dobro dos 200 mil títulos emitidos em 13 anos da gestão
lulopetista.
Com a titularização, os
assentados tornam-se agricultores familiares, capazes de decidir os rumos de
sua propriedade e colher os frutos de seu trabalho. Mas, com isso, deixam de
ser massa de manobra do MST e objeto de tutela política do PT. Um Incra
autônomo, por sua vez, já não serve para rotular automaticamente toda terra invadida
pelo MST como “latifúndio improdutivo”.
A invasão é, antes de
tudo, um caso de polícia – a ver se o governo petista da Bahia agirá
prontamente para restabelecer os direitos de propriedade violentados. Mas é
também um caso de política. O PT tem uma inegável ligação umbilical com o MST.
Foi o “exército do Stédile”, referindo-se ao chefão do MST, João Pedro Stédile,
que Lula ameaçou botar na rua quando contrariado com o impeachment de Dilma
Rousseff; e foi esse exército que ergueu barracas ao redor da carceragem da
Polícia Federal de Curitiba, onde se hospedou Lula por 500 e tantos dias. O
Brasil tem pressa de saber se seu presidente, o autodeclarado líder da “frente
ampla democrática”, condenará, sem adversativas, as manobras do MST como aquilo
que são – crimes contra o setor mais dinâmico e produtivo da economia nacional
– ou se passará a mão na cabeça dos arruaceiros, seja omitindo-se, seja
apelando para justificativas que ofendem a inteligência alheia.
É mais um teste que se
coloca ao figurino democrático do PT. Será uma surpresa se o partido passar." (Fonte:
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