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Ao menos três ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se empenharam na eleição de suas respectivas esposas para ocupar vagas de conselheiras em tribunais de contas nos estados, um cargo vitalício com remuneração equivalente ao teto do funcionalismo estadual. A reportagem é de João Pedro Pitombo da Folha de S.Paulo
Há
duas semanas, a deputada federal Rejane Dias, mulher do ministro do
Desenvolvimento Social Wellington Dias (PT), seguiu o mesmo caminho e foi
indicada pela Assembleia Legislativa para uma cadeira no Tribunal de Contas do
Estado do Piauí.
Agora,
é a vez do ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), articular em favor da sua
esposa, Aline Peixoto, para uma vaga de conselheira no Tribunal de Contas dos
Municípios da Bahia. O órgão tem como função julgar as contas dos prefeitos dos
municípios baianos.
Caso
seja indicada para uma cadeira no Tribunal de Contas, Aline Peixoto terá um
salário mensal de R$ 41,8 mil e poderá permanecer no cargo até a aposentadoria
compulsória aos 75 anos.
Aline
Peixoto é enfermeira, nunca disputou cargos eletivos e nos últimos oito anos
atuou nas Voluntárias Sociais, entidade sem fins lucrativos tradicionalmente
liderada pela primeira-dama do estado.
A
vaga para o tribunal está aberta desde maio de 2022, quando o conselheiro
Raimundo Moreira se aposentou. Desde então, a Assembleia vem adiando a
indicação de um novo nome. Para ocupar o cargo é preciso ter "reconhecida
idoneidade moral e conhecimentos de administração pública".
A
articulação em torno de Aline Peixoto ganhou força nesta semana após o deputado
estadual Alex Lima (PSB), aliado próximo a Rui Costa, desistir de concorrer a
vaga para apoiar a ex-primeira-dama. Procurada, ela preferiu não se manifestar
sobre a disputa.
A
desistência acontece seis dias depois de o deputado estadual se encontrar com
Rui Costa em Brasília. Na última terça-feira (24), Lima foi para capital
federal, onde tomou café da manhã na casa do ministro e se reuniu com ele no
Palácio do Planalto.
Procurado
pela Folha, Alex Lima disse que declinou de sua candidatura ao perceber um
"movimento silencioso" dos deputados estaduais em prol da indicação
ex-primeira-dama para o Tribunal de Contas.
Disse
que não tratou da candidatura de Aline Peixoto com Rui Costa e afirmou não ver
qualquer tipo de conflito na indicação da ex-primeira-dama: "Ela não pode
ser penalizada por ser esposa do ministro".
Líder
da maioria da Assembleia baiana, o deputado estadual petista Rosemberg diz que
ainda não há discussão sobre a vaga para o Tribunal de Contas.
A
Folha apurou, contudo, que postulação da ex-primeira-dama causou
constrangimento entre aliados e enfrenta resistências até mesmo em parte da
bancada do PT.
O
ministro, contudo, formou uma rede de aliados e pretende levar a disputa na
Assembleia até o fim. Nos bastidores, há a busca de uma solução de consenso: a
eleição de um deputado estadual para a vaga atual, com a promessa de indicação
de Aline Peixoto para a próxima vaga.
Outros
dois nomes pleiteiam o cargo de conselheiro. Na base aliada, o deputado
estadual Fabrício Falcão (PC do B) anunciou a intenção de concorrer à vaga e
diz que sua candidatura é inegociável.
Também
se movimenta o deputado federal Marcelo Nilo (Republicanos), que foi presidente
da Assembleia de 2007 a 2016, virou deputado federal em 2019 e não se reelegeu
em 2022.
Marcelo
Nilo era aliado de Rui Costa, mas rompeu com o então governador no ano passado
para apoiar ACM Neto (União Brasil). Agora, quer concorrer ao cargo de
conselheiro com o apoio da base e oposição: "Se sentir que tenho chances,
disputarei", afirma.
Em
Alagoas e no Piauí, as esposas de Renan Filho e Wellington Dias tiveram
caminhos mais tranquilos para conquistar suas respectivas vagas nos tribunais
de contas estaduais.
Na
Assembleia de Alagoas, a disputa pelo cargo teve seis candidatos, mas Renata
Calheiros foi eleita com folga: teve 22 votos dos 24 deputados estaduais
presentes na sessão.
Com
formação em administração, ela atuou na implantação de programas na área de
educação na Prefeitura de Murici e Governo de Alagoas.
No
Piauí, Rejane Dias foi eleita por unanimidade com os votos dos 25 deputados
estaduais presentes após ter sido indicada para o cargo pelo governador Rafael
Fonteles (PT). Com formação em administração, ela já foi deputada federal,
deputada estadual e secretária na gestão de Wellington Dias.
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