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Da Redação
Um tribunal argentino condenou a vice-presidente Cristina Kirchner a seis anos de prisão e a tornou inelegível em um processo de corrupção nesta terça-feira, embora ela tenha imunidade devido ao cargo público que ocupa. As informações são de Nicolás Misculin/BUENOS AIRES (Reuters)
A
poderosa vice-presidente não enfrentará pena de prisão imediata e deve recorrer
da condenação, e o caso provavelmente deve tramitar por anos em tribunais
superiores.
Cristina
foi presidente do país por dois mandatos, entre 2007 e 2015, e comanda uma
multidão de apoiadores fanáticos. Ela enfrentou acusações de suposta corrupção
na concessão de obras públicas durante sua Presidência, mas nega as acusações e
chamou o tribunal que a julga de “pelotão de fuzilamento”.
Em
sessão transmitida ao vivo, o Tribunal Federal 2, da cidade de Buenos Aires,
condenou Cristina pelo crime de “administração fraudulenta” em um caso
conhecido como “Vialidad”, no qual o empreiteiro Lázaro Báez também foi
condenado a seis anos de prisão.
Os
promotores alegaram que os contratos de obras públicas foram entregues a um
empresário aliado de Kirchner, que então canalizou o dinheiro de volta para ela
e seu falecido marido, Nestor Kirchner, também ex-presidente. Defensores da
vice-presidente sustentam que ela é vítima de perseguição judicial.
Os
advogados disseram que Kirchner não irá para a prisão tão cedo, já que ela
tem imunidade enquanto atua como vice-presidente. Ela precisaria ser destituída
do cargo em um impeachment antes de ser enviada para a prisão.
“Atualmente,
ela tem privilégios como vice-presidente, o que significa que é uma das
autoridades cuja destituição requer um impeachment”, disse o advogado Alejandro
Carrio, acrescentando que os tribunais superiores podem levar anos analisando
recursos para a Suprema Corte. “Não vejo o processo, com um caso dessa
magnitude, levar menos de três anos.”
A
Argentina enfrenta uma longa crise econômica, com a inflação caminhando para a
marca dos 100%. Apoiadores de Cristina se reuniram nas ruas depois que ela
sobreviveu a uma tentativa de assassinato neste ano.
O
governo peronista do presidente Alberto Fernández irá enfrentar uma dura
batalha contra a oposição conservadora nas eleições gerais marcadas para o ano
que vem.
(Reportagem
adicional de Belén Liotti)
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