Face ao aumento considerável de caso de contaminação pelo novo Coronavírus vale a pena rever algumas dicas sobre como agir em caso de uma infecção ou reinfecção. A equipe do blog do professorTM foi pesquisar e trouxe em primeira mão . As informações são da André Biernath - @andre_biernathDa BBC News Brasil em Londres
Confira!
Quem
está com sintomas típicos de covid ou recebeu diagnóstico positivo deve ficar
em isolamento, restringindo ao máximo o contato com outras pessoas, por pelo
menos sete dias.
Essa
é a recomendação da maioria das entidades de saúde e dos médicos que trabalham
na área.
A
medida é necessária para cortar as cadeias de transmissão do vírus e evitar a
transmissão do patógeno para outros indivíduos — especialmente para aqueles que
podem desenvolver as formas graves da doença, relacionadas à hospitalização,
intubação e morte.
Mas
esse tempo de quarentena pode ser maior ou menor, a depender de uma série de
características e condições individuais.
Em
algumas situações, cinco dias de isolamento podem ser aceitáveis. Em outras, é
importante esperar até o décimo dia e monitorar a evolução dos sintomas.
Outra
recomendação importante: depois de um resultado positivo, não é recomendável
fazer testes rápidos todos os dias para ver se é possível sair da quarentena
antes do prazo estipulado.
Entenda
quais são as recomendações básicas de isolamento e os pontos que ajudam a
definir se esse período em casa pode ser abreviado — ou ampliado.
O
que fazer na prática
Podemos
resumir todas as orientações e ponderações em três cenários principais, com
isolamentos de cinco, sete e dez dias, de acordo com as
informações mais recentes disponibilizadas pelo Ministério da Saúde.
Primeiro
cenário: você está com sintomas típicos de covid ou fez um teste e o
resultado deu positivo? Inicie o isolamento imediatamente.
Você
pode conferir quais são os sintomas mais frequentes de covid na reportagem
abaixo. E é importante iniciar o isolamento assim que eles aparecem — mesmo se
você tiver um primeiro resultado negativo no teste (ou ainda não tiver feito o
exame).
A
duração desse isolamento depende de alguns critérios:
Isolamento
de cinco dias
Indicado
para quem não está com sintoma nenhum e não tem contato com pessoas de alto
risco para as formas graves da covid (como idosos e imunossuprimidos).
Após
completar o quinto dia, se você estiver se sentindo bem, não está com febre e
nem fez uso de remédios antitérmicos (que controlam a temperatura corporal,
como ácido acetilsalicílico, dipirona, ibuprofeno e paracetamol) nas últimas 24
horas, faça um novo teste.
Se
o resultado der negativo, você está liberado.
Se
o resultado der positivo, siga em isolamento por mais cinco dias.
Isolamento
de sete dias
Indicado
para quem está com sintomas de covid leves e moderados.
Após
o sétimo dia completo desde o início dos sintomas ou do teste positivo, faça
uma avaliação: se você está se sentindo bem, não está com febre e nem fez uso
dos remédios antitérmicos nas últimas 24 horas, está liberado do isolamento.
Nesse
caso, não há necessidade de fazer um teste de novo ao final da quarentena.
Isolamento
de dez dias
Indicado
para quem convive com pessoas que apresentam alto risco de desenvolver formas
mais graves de covid (como idosos e imunossuprimidos).
Se
você ainda estiver com sintomas no sétimo dia, faça um novo teste rápido ou o
RT-PCR.
Se
o resultado desse teste der positivo, mantenha o isolamento até o décimo dia.
Se
o resultado der negativo e os sintomas melhorarem (e não há febre ou uso de
antitérmicos nas últimas 24 horas) é possível sair do isolamento.
Como
as orientações se modificaram
No
início da pandemia, a recomendação geral era que os pacientes com covid
ficassem isolados por até duas semanas.
"Com
o passar do tempo e o avanço da vacinação, a taxa de letalidade da doença
diminuiu", observa a infectologista e virologista Nancy Bellei, professora
da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
"E
também não podemos ignorar o fato de que precisamos das pessoas para o
funcionamento da sociedade, do transporte público e dos hospitais, então essa
janela de isolamento foi reduzida aos poucos."
"Hoje
em dia, cinco a sete dias é um tempo de restrição de contato aceitável em
algumas situações", complementa a especialista, que também integra a
Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Atualmente,
o Ministério da Saúde recomenda um isolamento de sete dias para casos leves e
moderados de covid.
A
pessoa ficaria liberada para sair a partir do oitavo dia, "desde que não
apresente sintomas respiratórios e febre há pelo menos 24 horas e sem o uso de
[remédios] antitérmicos".
Já o
serviço de saúde pública do Reino Unido orienta que pessoas com
sintomas típicos de covid ou que testaram positivo fiquem em casa e evitem
interagir com outros indivíduos por cinco dias.
"É
importante também evitar contato com pessoas que têm alto risco por 10 dias,
mesmo que elas estejam vacinadas."
Em
indivíduos de alto risco, como idosos e pacientes com o sistema imunológico
comprometido, o coronavírus pode provocar casos mais graves, que necessitam de internação
e aumentam o risco de morte.
Caso
precise sair de casa nesse período por algum motivo, a orientação é sempre usar
máscaras de qualidade e não passar por lugares com aglomeração ou pouca
circulação de ar, justamente para evitar a transmissão do vírus.
Por ora, a Organização Mundial da Saúde (OMS) ainda pede que pessoas com covid fiquem em casa por dez dias.
'Bom
senso'
Bellei
salienta que o tempo ideal de isolamento deve seguir uma série de critérios.
"E
o primeiro fator decisivo nessa conta é o bom senso", diz.
Vamos
a alguns exemplos práticos: se você está com covid e interage no dia a dia com
pessoas mais velhas ou que têm problemas imunológicos, é melhor respeitar a
quarentena de dez dias pelo menos.
"Agora,
se você só lida com gente jovem, que está vacinada e já teve covid, é possível
diminuir para sete ou eventualmente até cinco dias", orienta a médica.
"Tudo
é uma questão de probabilidade e risco, que devem ser medidos
individualmente."
Bellei
alerta que estipular um prazo genérico, em que todo mundo pode sair do
isolamento depois de cinco dias, representa um perigo.
"Não
temos dados para dar suporte a essa afirmação. Algumas pesquisas mostram que
50% dos pacientes ainda carregam partículas virais depois do quinto dia",
alerta.
Outro
fator que pesa na hora de decidir o tempo de isolamento é a evolução dos
sintomas.
"Quem
tem febre e tosse costuma apresentar uma carga viral maior e excretar vírus por
mais tempo em comparação a um indivíduo que teve poucos ou quase nenhum
incômodo", compara Bellei.
Ou
seja: se passados cinco ou sete dias da infecção você continuar a apresentar os
sintomas típicos da covid (tosse, espirros, nariz escorrendo, febre…) vale
restringir o contato por alguns dias a mais.
"Podemos
dizer com certa segurança que depois do décimo dia de início dos sintomas você
não vai mais transmitir o vírus adiante", aponta a infectologista.
Testes
todos os dias?
Por
fim, não há necessidade de ficar fazendo testes rápidos todos os dias após um
diagnóstico positivo.
Eles
podem ser úteis para liberar um indivíduo da quarentena a partir do quinto ou
do sétimo dia — desde que seja respeitado o passo a passo mencionado
anteriormente.
"Os
testes não foram feitos para determinar se alguém ainda pode transmitir o vírus
ou não", esclarece Bellei.
"E
temos que considerar aqui o risco de erros na hora de fazer o exame ou até
mesmo na forma como os resultados são interpretados por cada um",
complementa.
É
normal que, nos testes rápidos de antígeno, o segundo tracinho (aquele que
confirma o diagnóstico de covid) fique mais claro com o passar dos dias. Mas o
"sumiço" dele antes do prazo de sete ou dez dias não elimina o risco
de a pessoa estar com o patógeno e transmiti-lo adiante.
Na dúvida, vale sempre contar com o apoio de um profissional da saúde, que pode avaliar o caso e passar orientações mais personalizadas.
Este texto foi originalmente publicado em:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-61970347
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