Por: Daniel Weterman/Estadão
BRASÍLIA
- O presidente Jair Bolsonaro (PL) cobrou a investigação da morte do guarda municipal Marcelo Arruda, assassinado a
tiros por um apoiador bolsonarista em Foz do Iguaçu (PR), na noite de
sábado, 9, e ainda responsabilizou a esquerda por episódios de violência no
País.
“Dispensamos
qualquer tipo de apoio de quem pratica violência contra opositores. A esse tipo
de gente, peço que por coerência mude de lado e apoie a esquerda, que acumula
um histórico inegável de episódios violentos”, escreveu Bolsonaro em uma
mensagem no Twitter, replicando uma declaração dada por ele em outubro de 2018,
durante a campanha presidencial, em função da morte do mestre de capoeira Romualdo
Rosário da Costa, conhecido como Moa do Katendê, assassinado a facadas em
Salvador.
“É
o lado de lá que dá facada, que cospe, que destrói patrimônio, que solta rojão
em cinegrafista, que protege terroristas internacionais, que desumaniza pessoas
com rótulos e pede fogo nelas, que invade fazendas e mata animais, que empurra
um senhor num caminhão em movimento”, disse o presidente, na noite deste
domingo, 10, após o PT apontar o discurso do presidente como causa da intolerância
política em Foz do Iguaçu.
Ao
se pronunciar sobre o assassinato, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que o
episódio foi fruto de um discurso de ódio “estimulado por um presidente
irresponsável”. O guarda municipal foi morto enquanto comemorava o aniversário
de 50 anos em uma festa com o PT e Lula como temas da decoração.
Bolsonaro
rebateu as alegações de que a morte foi provocada por seu discurso. “Nem a
pior, nem a mais mal utilizada força de expressão, será mais grave do que fatos
concretos e recorrentes”, escreveu o presidente no Twitter. Ele ainda se disse
caluniado por opositores. “Que as autoridades apurem seriamente o ocorrido e
tomem todas as providências cabíveis, assim como contra caluniadores que agem
como urubus para tentar nos prejudicar 24 horas por dia.”
O
presidente é constantemente criticado por estimular o clima de confronto no
País, seja por questionamento às urnas eletrônicas e a instituições como
o Supremo Tribunal Federal (STF) ou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou por declarações
de hostilidade aos adversários políticos. No sábado, por exemplo, voltou a dizer que a campanha será uma “guerra do bem
contra o mal”. Em 2018, ele chegou a convocar os seus apoiadores a “fuzilar
a petralhada do Acre” e, no mesmo ano, foi vítima de uma facada durante evento
de campanha.
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