Foto divulgação
Da Redação
Segundo os jornalistas Letícia Fucuchima e Rodrigo Viga Gaie da Reutens,, a Petrobras informou nesta segunda-feira que
José Mauro Coelho pediu demissão do cargo de presidente-executivo da empresa
nesta manhã, após protestos do presidente Jair Bolsonaro e de membros do
Parlamento que ficaram mais fortes depois de um reajuste nos preços dos
combustíveis anunciado na última sexta-feira.
A
companhia disse ainda que o diretor-executivo de Exploração e Produção,
Fernando Borges, foi nomeado como presidente interinamente.
Em
outro comunicado, a companhia disse que Coelho também renunciou ao posto
ocupado no conselho.
Normalmente,
CEOs da Petrobras são eleitos antes como conselheiros em assembleias de
acionistas. Mas, segundo duas fontes próximas à empresa, a vaga de presidente-executivo
poderia, neste caso, ser ocupada por um indicado pelo governo, desde que o nome
seja aprovado pelo comitê de integridade e também eleito pelo conselho.
Se
assim for, o movimento poderia em tese acelerar mudanças na Petrobras, uma vez
que o governo já indicou Caio Paes de Andrade, alto funcionário do Ministério
da Economia, para o principal cargo da companhia.
A
Petrobras não deu detalhes dos próximos passos. Procurada, não comentou o
assunto imediatamente.
"O
Zé Mauro estava na berlinda, já estava demitido, mas ainda no cargo. A renúncia
põe mais pressão no jogo", disse o analista Pedro Rodrigues, diretor do
Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
"O
governo corre por um lado para acelerar mudanças e por outro a Petrobras, para
não deixar vacância", comentou Rodrigues.
A
renúncia de Coelho havia sido antecipada pelo jornal O Globo, com base em
relatos de membros do conselho de administração da Petrobras que conversaram
com o executivo durante o fim de semana.
A
saída do presidente ocorre em meio à crescente pressão sobre a Petrobras,
especialmente após o reajuste dos preços do diesel e da gasolina anunciado na
sexta-feira, que provocou forte reação de políticos.
Coelho
chegou à presidência da estatal no início de abril, mas deixa a empresa cerca
de dois meses depois, após o governo decidir indicar Andrade para CEO.
Coelho é o terceiro presidente da Petrobras a deixar o comando em um contexto de insatisfação do governo com a política de preços da estatal. Ele sucedeu o general da reserva Joaquim Silva e Luna e Roberto Castello Branco, que caíram após críticas do presidente Jair Bolsonaro sobre alta nos preços de combustíveis.
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