Da Redação
O
RN (Reunião Nacional), partido da ex-candidata à presidência, Marine Le Pen,
elegeu entre 60 e 100 deputados na Assembleia Nacional, de acordo com os
primeiros resultados da eleição legislativa. A líder francesa de extrema
direita comemorou o fato que o chefe de Estado francês, Emmanuel Macron,
tenha se tornado um "presidente minoritário", e que esses tenham sido
os melhores resultados da "história de sua família política."
Ao
comemorar o desempenho do partido, Le Pen prometeu encarnar uma "oposição firme",
sem "conivência", mas responsável. Já para Jordan Bardella,
presidente interino da Reunião Nacional, os resultados são comparáveis a um
"tsunami": pela primeira vez, desde 1986, a extrema direita poderá
constituir um grupo de representantes na Assembleia, com um número três
vezes maior de deputados.
Até
o último minuto, não havia estimativas sobre como seria o desempenho da extrema
direita na eleição legislativa francesa, apesar do bom resultado de Marine Le
Pen na eleição presidencial, quando ela obteve 41,45% no segundo turno, ocorrido em 24 de abril.
Na
época, durante a campanha, Emmanuel Macron disse que a França precisava de
valores europeus sólidos para enfrentar as dificuldades geradas pelo conflito
entre a Ucrânia e a Rússia. Mas o chefe de Estado alertou, também, para o
perigo dos "extremos", que semearia a "desordem" na França,
acusando o partido Reunião Nacional de defender a saída da União Europeia. A
legenda, que há cinco anos defendia essa posição abertamente, alterou seu
discurso e agora fala em "mudar" o bloco, descartando a possibilidade
de abandono do euro, reivindicação que fez parte de seu programa durante muito
tempo.
A
mudança de tom estratégica deu certo e conquistou parte de um eleitorado
hesitante. A candidatura de Eric Zemmour concorrente ainda mais radical à
eleição presidencial, fez com que Marine Le Pen parecesse mais
"inofensiva" em suas propostas. Sendo que, na essência, suas ideias
permanecem as mesmas e apenas seu discurso está mais moderado.
Extrema
direita deve ultrapassar direita moderada na Assembleia
O
resultado do partido da ex-candidata à presidência é, de toda maneira, um
sucesso incontestável: sua legenda ultrapassou com folga os 15 deputados
necessários à formação de um grupo na Assembleia Nacional pela segunda vez na
história do partido, após 1986.
O
partido de extrema direta também terá, provavelmente, mais representantes do
que Os Republicanos, legenda tradicional de direita
"Ganhamos",
gritavam os militantes do RN em Hénin-Beaumont, em Pas de Calais, no norte da
França, onde Marine Le Pen deve, segundo os primeiros números, ser eleita
deputada com mais de 60% dos votos e dirigir o partido na Assembleia.
Recentemente, ela declarou que queria "liderar a batalha na Assembleia com
um grupo de deputados" e confessou estar "extremamente frustrada nos
últimos cinco anos, sem meios de se expressar", na casa.
Com
informações da AFP
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