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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu desculpas a policiais após gafe em ataque a Bolsonaro. As informações são de Bianka Vieira /Folha de São Paulo
"Eu queria aproveitar esse ato de trabalhadores para começar fazendo uma coisa que neste país as pessoas não costumam dizer. Ontem eu fui na zona norte, na Brasilândia, fazer um ato com as mulheres para discutir o custo de vida. E, quando eu estava fazendo o discurso, eu queria dizer que o Bolsonaro só gosta de milícia, não gosta de gente, e eu falei que ele só gosta de polícia, não gosta de gente."
"E
eu queria aproveitar e pedir desculpas aos policiais desse país, porque muitas
vezes [a categoria] comete erros, mas muitas vezes salva muita gente do povo
trabalhador, e nós temos que tratá-los como trabalhador desse país."
Um
dia antes, Lula cometeu uma gafe sobre policiais no momento do discurso em que
fazia uma série de críticas ao presidente Jair Bolsonaro (PL), seu principal
adversário na disputa eleitoral deste ano e que tem nas forças de segurança um
forte tema de suas campanhas.
"Hoje
temos um presidente que não derramou uma lágrima pelas vítimas da Covid ou com
a catástrofe que houve em Petrópolis, no Rio de Janeiro. Ele não tem
sentimento. Ele não gosta de gente, ele gosta de policial. Ele não gosta de
livros, ele gosta de armas", disse o petista em um evento com mulheres na
zona norte de São Paulo.
Também
nesta semana, Lula afirmou que o mundo "está chato para cacete" e
pesado porque todas as piadas viraram politicamente erradas.
"Então
não tem mais graça. Se você quer dar risada é nesses programas de humorismo
chatos pra cacete na televisão", disse o petista em encontro com
jornalistas e youtubers em São Paulo na última terça (26).
Ao
defender um mundo que não seja "unipolar", em que pessoas com
pensamentos diferentes possam conversar, ele chegou a defender as piadas com
nordestinos. Lula é pernambucano.
"Queremos
um mundo multipolar, que tenha 500 pessoas discutindo na mesa. Aí sim a gente
vai ter um mundo feliz. O cara contando piada de nordestino e eu rindo. Eu
contando piada de outras pessoas e as pessoas rindo", afirmou.
Lula
também tem protagonizado um vaivém em suas declarações. Dois exemplos mais
recentes foram as declarações sobre o aborto e a reforma trabalhista.
No
primeiro, o petista afirmou que o aborto deveria ser um "direito de todo
mundo", fornecendo munição para seus adversários.
No
dia seguinte, o petista contornou as declarações, se posicionou pessoalmente
contra o aborto e defendeu o tratamento para mulheres que realizarem o
procedimento na rede pública de saúde.
Já
no caso da reforma trabalhista as declarações se arrastam desde o começo do
ano. Em janeiro, publicações nas redes sociais de Lula e Gleisi, a favor da
"contrarreforma" em implementação na Espanha, causaram reação no
setor empresarial.
Emissários
de Lula se apressaram a explicar que não se tratava de uma revogação integral
da reforma aprovada no governo de Michel Temer (MDB), mas sim a revisão de
alguns itens.
Como
a Folha mostrou, porém, o PT propôs e a federação partidária que formará
endossou a proposta de revogação da reforma --embora o próprio Lula reconheça
entraves para a iniciativa.
Em
entrevista a uma rádio do Tocantins, depois, o petista afirmou que quer
reconstruir uma "relação de trabalho moderna". "Não é que a
gente faça a revogação [da reforma], porque ninguém quer de volta o
passado", ressaltou.
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