ECONOMIA: Como o aumento na taxa SELIC pelo Banco Central (Copom) pode afetar a vida do investidor brasileiro?

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Por: Taciano Gustavo Medrado Sobrinho
Professor de Analise de Investimentos e Engenharia Econômica

O novo aumento divulgado nesta quarta (4), elevando a Taxa Selic a 12,75% ao ano, os investimentos mais conservadores de renda fixa, como poupança e CDB, passaram a atrair a atenção dos investidores desde meados do ano passado, quando o BC (Banco Central) iniciou o processo de alta dos juros.

Segundo levantamento realizado por Andrew Storfer, diretor de economia da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças), com o novo patamar da taxa básica de juros, um investimento de R$ 1.000 no título público pós-fixado Tesouro Selic renderia ao aplicador um montante de aproximadamente R$ 106,32, considerado um intervalo de 12 meses.

Já a poupança tem o pior retorno entre as opções analisadas, mesmo sem ter desconto do Imposto de Renda.

O valor considera uma taxa de juros de 12,89% da aplicação e já desconta a incidência da alíquota de IR (Imposto de Renda) de 17,5% para os investimentos resgatados dentro do prazo de um ano.

Pelos cálculos da Anefac, os CDBs (Certificados de Depósitos Bancários) de bancos de médio porte representam a opção mais vantajosa dentre as principais alternativas, devolvendo ao investidor que aplicar R$ 1.000,00 no prazo de um ano o valor de R$ 115,71, descontado o IR na fonte. Nesse caso, os juros considerados são de 14,03% ao ano. No caso dos grandes bancos, o valor recebido de volta após 12 meses seria de R$ 97,82, mediante a aplicação de juros de 11,86%.

"Evidentemente os bancos menores propõem uma taxa de remuneração maior, e, nesse caso, o investidor deve ficar atento para procurar estar garantido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito)", diz o diretor da associação.

O FGC oferece a cobertura no limite de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ para assegurar a aplicação do investidor em caso de eventuais problemas que as instituições financeiras venham a enfrentar.

POUPANÇA ÚLTIMA OPÇÃO

Já a poupança segue com o rendimento inalterado em 6,17% ao ano, mais a TR (Taxa Referencial), mesmo com a nova alta da taxa Selic.

A remuneração da poupança é de 0,5% ao mês sempre que a Selic estiver acima de 8,5% ao ano. Já quando a taxa básica é de até 8,5%, o rendimento da poupança equivale a 70% da Selic.

Os dados da Anefac mostram que, mesmo sendo o investimento mais popular do país, a poupança oferece o pior retorno entre todas as opções analisadas, apesar de ser isenta do IR.

"Quanto mais sobe a taxa Selic, o rendimento da poupança fica mais distante de compensar sequer a inflação, quanto mais comparado com outros investimentos em renda fixa que também são seguros, como o Tesouro Direto e as LCAs e LCIs, que permitem um ganho muito maior", diz Storfer.

Apesar do quadro, os dados mais recentes do BC mostram que cerca de 164 milhões de pessoas mantinham algum valor depositado na poupança ao final de 2019.

De todo modo, em março deste ano, as retiradas em cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 15,4 bilhões, segundo dados da autoridade monetária. Foi o maior volume de resgate para o mês de março na série histórica do BC, iniciada em janeiro de 1995, e o terceiro mês consecutivo com captação negativa em 2022.

Com a retirada de recursos no mês, o saldo da poupança (ou seja, o volume total aplicado) registrou queda de R$ 10 bilhões, passando de R$ 1,016 trilhão em fevereiro para R$ 1,006 trilhão em março.

O fluxo de recursos na poupança passou a acumular retiradas significativas ainda em 2021, quando o poder de compra do brasileiro voltou a ser assombrado por uma inflação de dois dígitos.

A inflação medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) acelerou para 1,73% em abril deste ano, a maior variação para o mês desde 1995.

Os exemplos apontados pelo estudo da Anefac são ilustrativos. Os juros e a consequente rentabilidade podem variar de acordo com a flutuação das taxas praticadas pelo mercado no dia a dia.

O valor investido, o prazo da aplicação, e as condições oferecidas pelas instituições financeiras aos seus clientes também podem afetar a rentabilidade final do investimento.

Com informações de Lucas Bombana/Folha de São Paulo

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