A
presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou na terça-feira
(5) uma quinta rodada de sanções impostas à Rússia pela União
Europeia (UE) em função da invasão da Ucrânia. A decisão surge em meio
à consternação global pelo massacre
de Bucha, citado no comunicado
oficial que serviu para divulgar as punições. “Essas atrocidades não
podem e não ficarão sem resposta”, diz ela no texto.
Segundo
von der Leyen, as sanções impostas a Moscou até agora não são mera punição, mas
sobretudo uma forma de sufocar as finanças russas e assim tentar dar fim à
guerra. “Os quatro pacotes de sanções atingiram duramente e limitaram as opções
políticas e econômicas do Kremlin. Estamos vendo resultados tangíveis”.
Esta
quinta rodada de sanções tem seis pilares, sendo o primeiro deles o fim das
importações de carvão russo pelo bloco, um negócio avaliado em 4 bilhões de
euros anuais. “Isso cortará outra importante fonte de receita para a Rússia”,
diz o documento.
O
segundo item da lista é a exclusão
de quatro bancos russos do mercado europeu. Entre eles está o VTB,
segundo maior banco da Rússia. Somadas, as quatro instituições financeiras
respondem por 23% do setor
bancário no país, de acordo com o comunicado.
Embarcações
russas ou operadas por entidades ou cidadãos russos também serão impedidas de
acessar os portos europeus, sendo esta a terceira das seis medida. Serão
admitidas algumas exceções: alimentos, ajuda humanitária e energia. Também está
sendo estudada a possibilidade de banir as operações de transporte rodoviário
tanto da Rússia quanto de Belarus.
De
olho em um setor
vulnerável da Rússia, a quarta sanção é a proibição das exportações de bens
como computadores quânticos e semicondutores, totalizando 10 bilhões de euros
em bens e serviços banidos. “Com isso, continuaremos a degradar a base
tecnológica e a capacidade industrial da Rússia”, afirma o texto.
O
quinto ponto do pacote de sanções visa a “cortar o fluxo de dinheiro da Rússia
e seus oligarcas,
em produtos da madeira ao cimento, dos frutos do mar ao licor”. Por fim, a UE
vetou a “participação de empresas russas em contratos públicos nos
Estados-Membros” e determinou a “exclusão de qualquer apoio financeiro, europeu
ou nacional, a organismos públicos russos”.
Por
que isso importa?
A
escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão
russa ao país vizinho no dia 24 de fevereiro, remete à anexação da Crimeia pelos russos, em
2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e se estende até
hoje.
O
conflito armado no leste da Ucrânia opõe o governo central às forças
separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que
formam a região de Donbass e foram oficialmente reconhecidas como territórios
independentes por Moscou. Foi o suporte aos separatistas que Putin usou como
argumento para justificar a invasão, classificada por ele como uma “operação
militar especial”.
“Tomei
a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de
Moscou (0h de Brasília) de 24 de fevereiro, de acordo com o site
independente The Moscow Times. Cerca de 30 minutos depois, as primeira
explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em
Mariupol, no leste do país, segundo a agência AFP.
Desde
o início da ofensiva, as forças da Rússia caminham para tentar dominar Kiev,
que tem sido alvo de constantes bombardeios. O governo da Ucrânia e as nações
ocidentais acusam Moscou de atacar inclusive alvos
civis, como hospitais e escolas, o que pode ser caracterizado como crime de
guerra ou contra a humanidade.
Fora
do campo de batalha, o cenário é desfavorável à Rússia, que tem sido alvo de
todo tipo de sanções. Além das esperadas punições financeiras impostas pelas
principais potencias globais, que já começaram a sufocar a economia russa, o
país tem se tornado um pária global. Representantes russos têm sido proibidos
de participar de grandes eventos em setores como esporte, cinema
e música.
De
acordo com o presidente dos EUA, Joe Biden, as punições tendem a aumentar o
isolamento da Rússia no mundo. “Ele não tem ideia do que está por vir”, disse o
líder norte-americano, referindo-se ao presidente russo
Vladimir Putin. “Putin está agora mais isolado do mundo do que jamais
esteve”.
Com informações do site de notícias internacionais A Referência.
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