Da Redação
O ex-presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández (2014-2022), foi extraditado nesta quinta-feira (21) de Tegucigalpa para os Estados Unidos, onde será julgado por tráfico de drogas e poderá ser condenado à prisão perpétua.
Uma
aeronave pertencente à agência antidrogas dos EUA decolou de uma base da Força
Aérea de Honduras às
14h27 com Hernández sob custódia a bordo, algemado e vestindo um casaco azul e
jeans.
Hernández
deixou a prisão na sede das Forças Especiais da Polícia, conhecidas como Los
Cobras, onde ele estava desde fevereiro. Ele foi levado de helicóptero para uma
base aérea da Força Aérea de Honduras em
Toncontin, ao sul da capital.
Ao
descer, foi cercado pelo ministro da Segurança, Ramón Sabillón, e um grupo de
policiais. Em um prédio de base aérea, ele aguardou a chegada do avião da DEA
que mais tarde o levaria aos Estados Unidos.
"Sou
inocente e estou sendo processado de maneira injusta. A injustiça em qualquer
lugar é uma ameaça à justiça em qualquer lugar", afirmou o ex-presidente
de 53 anos em um vídeo divulgado nesta quinta-feira pela imprensa local.
"Sabem
que trabalhei incansavelmente com o propósito de recuperar a paz em Honduras, demos nosso
máximo esforço por nossa nação e é lamentável que aqueles que
transformaram Honduras em
um dos países mais violentos da face da terra, esses vilões, agora queiram ser
heróis", disse ele.
Sua
esposa, Ana García, disse acreditar em sua inocência. "Meu amor, estamos
convencidos de que você voltará, claro que voltará porque é inocente",
escreveu ela no Twitter.
Promotores
em Nova York
Promotores
de Justiça americanos pediram a presença de Hernández porque, segundo eles, o
hondurenho "participou de uma violenta conspiração de tráfico de drogas
para receber carregamentos de várias toneladas de cocaína" entre 2004 e
2022.
"Aproximadamente
500 mil quilos de cocaína foram transportados através de Honduras com destino
aos Estados
Unidos", segundo sua acusação.
A
extradição, inicialmente aprovada por um juiz, foi ratificada no final de março
pelos 15 magistrados do plenário da Suprema Corte de Justiça de Honduras, todos nomeados
durante o primeiro governo de Hernández.
Em
nota, a família do ex-presidente anunciou que contratou os advogados Raymond
Colón e Daniel Pérez em Nova York para assumir o caso e ser, a partir de então,
os porta-vozes do processo.
A
família de Hernández afirma que o ex-presidente é inocente e o considera
"vítima da vingança dos narcotraficantes que ele mesmo extraditou ou que
obrigou a fugir para os Estados Unidos".
Segundo
o argumento do ex-presidente, os traficantes que seu governo ajudou a
extraditar buscam acordos com o Ministério Público dos EUA para reduzir suas
sentenças, "e com base em mentiras" acusam o ex-presidente "de
cometer atos em desacordo com a lei do país".
Durante
sua gestão, o ex-presidente mostrou com orgulho os elogios de Washington por
seu trabalho nas apreensões de drogas.
Em
2017, quando conseguiu se reeleger para um segundo mandato em meio a acusações
de fraude por parte da oposição e confrontos de cidadãos que deixaram 30
mortos, os Estados
Unidos foram um dos primeiros a saudar sua vitória.
Hernández
deixou o poder em 27 de janeiro de 2022. Dias depois, o Departamento de Estado
anunciou sua inclusão em uma lista de personagens corruptos e depois solicitou
sua extradição.
Com informações do portal G1- Mundo
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