O ex-presidente Michel Temer (MDB) tem dito que não vai se
manter neutro em caso de segundo turno entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio
Lula da Silva (PT). Concretizado esse cenário, ele deverá declarar apoio ao
atual presidente. As informações são de Fábio Zanini/Folha de São Paulo.
Temer
tem apontado dois motivos para isso. O principal é que Lula e o PT já
prometeram desfazer algumas das principais medidas aprovadas no governo do
ex-presidente, que ele considera serem parte fundamental de seu legado, como o
teto de gastos e a reforma trabalhista.
Além
disso, os petistas seguem chamando o impeachment da ex-presidente Dilma
Rousseff (PT) de "golpe" seis anos depois, algo que incomoda bastante
o emedebista.
Embora
tenha críticas ao atual presidente, Temer tem tido boa interlocução com ele. No
ano passado, ajudou a intermediar uma trégua entre Bolsonaro e o STF.
Na
última sexta (22), no entanto, não teve o mesmo sucesso ao sugerir ao
presidente que revogasse o decreto que concedeu perdão ao deputado Daniel
Silveira (PTB-RJ).
Com
a dificuldade das forças de "centro" para construir uma alternativa
viável, Temer tem recebido sondagens para que encarne uma candidatura com esse
perfil em outubro.
Ele
tem dito que não considera a hipótese e que vê as sugestões como um
reconhecimento sobre sua gestão.
Em
abril, ao participar de debate na Brazil Conference, conferência organizada por
acadêmicos brasileiros na região de Boston (EUA), uma enquete on-line perguntou
se as pessoas sentiam saudade da gestão dele. Cerca de 80% disseram que sim.
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