© Reuters/ADRIANO MACHADO Presidente Jair Bolsonaro
(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira que as eleições
na França, realizadas em cédulas de papel no domingo, são um exemplo para o
Brasil. Com informações de
Ferrenho
defensor do voto impresso --o que lhe rendeu uma crise institucional com o
Judiciário--, Bolsonaro reconheceu que as eleições deste ano ocorrerão por meio
do sistema de urnas eletrônicas, mas não deixou de repetir o discurso que
coloca em dúvida a inviolabilidade das urnas.
"Tivemos
há poucos dias eleições na França... Parabéns à França", disse o
presidente na tradicional live transmitida nas redes sociais.
"O
pessoal votando no papel. A França, um país muito mais desenvolvido que nós, e
votando no papel. Que exemplo para os brasileiros", opinou.
"Aqui
tem um pessoal que fala: 'não, meu sistema é inviolável'. Mas quando o Exército
apresenta sugestões para aperfeiçoar o sistema --pelo que eu seu não tem o voto
impresso-- o pessoal até carimba (como) confidencial. Diz que não se pode
demonstrar o que está ali porque algum hacker pode entrar. Então a urna não é
inviolável", acrescentou.
Ainda
assim, o presidente manifestou otimismo em relação à colaboração entre o
comando de defesa cibernética das Forças Armadas e o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) para as eleições de outubro.
Bolsonaro
disse ter certeza que "vamos chegar a um bom termo" e que "temos
tudo para fazer umas eleições tranquilas, sem problemas".
O
presidente aproveitou ainda para divulgar algumas das sugestões oferecidas ao
TSE pelas Forças Armadas, fazendo questão de ressaltar que a participação dos
militares ocorre a convite da Justiça Eleitoral.
"Eu
posso adiantar duas coisas que eu já ouvi dizer nessas poucas propostas das
Forças Armadas. Uma, que os votos sejam totalizados nos respectivos Estados, ou
seja, nos TREs (Tribunais Regionais Eleitorais)", disse Bolsonaro.
"E
outra sugestão: os votos, quando são transmitidos para Brasília, vão para uma
sala secreta... A contagem tem que ser pública, mas vai para dentro de uma sala
secreta. Que continue indo para uma sala secreta pela proposta que estamos
sabendo, não tem problema. Só que o mesmo canal que levar para uma sala
secreta, vai levar para uma outra sala, aberta, onde estarão ali as Forças
Armadas, a CGU (Controladoria Geral da União), a OAB (Ordem dos Advogados do
Brasil), e mais umas dez entidades que foram convidadas pelo então presidente
do TSE, o ministro Barroso."
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