©
Daniel Teixeira/Estadão Aeroporto de Guarulhos; demanda menor pode
inviabilizar rotas
Quando
começavam a superar a crise provocada pela pandemia de covid-19, as companhias
aéreas passam a enfrentar dificuldades devido à alta do querosene de aviação
(QAV), na esteira do aumento do petróleo. Responsável por 35% dos custos do
setor, o combustível teve o preço ajustado em 76,2% no ano passado, quando o
petróleo subiu 54%. Agora, quando a commodity já registra alta de 45% no
acumulado de 2022, a tendência é de que as empresas elevem o preço das
passagens e tenham de reduzir suas operações para atravessar o período
turbulento.
A Latam, por
exemplo, já admitiu que os passageiros terão de arcar com a alta do
combustível. Em nota, afirmou que o impacto nos custos das companhias em decorrência
da guerra na Ucrânia é “inegável” e que a alta do preço do querosene da aviação
afetará o valor das passagens, diante “desse novo cenário de crise sem
precedência e previsibilidade.” A Azul afirmou que a alta do QAV poderá adiar a
retomada da oferta de voos e a Gol não se pronunciou por estar em período de
silêncio antes da divulgação de seu balanço financeiro.
A
Latam anunciou que a operação de novas rotas – previstas para o primeiro
semestre do ano – foi adiada para depois de julho. Analistas do setor acreditam
que esse movimento pode ser apenas o início de uma série de medidas que
reduzirão, novamente, o porte das companhias. Como o mercado aéreo é bastante
elástico em relação ao preço – isto é, qualquer aumento nas tarifas reduz o
número de viajantes –, esse repasse diminuirá a demanda por voos.
Demanda
menor
Algumas
rotas podem ficar inviáveis financeiramente com um menor número de passageiros.
O problema é agravado porque a elasticidade-preço (cálculo porcentual da
demanda por um serviço quando há alteração de preços) é maior no setor de
turismo. “Não tem como as empresas não repassarem, porque a margem do setor é
muito apertada. Aí a solução será reduzir a oferta e ficar apenas com os voos
mais rentáveis”, afirma o consultor André Castellini, sócio da Bain &
Company.
O
analista de transportes Pedro Bruno, da XP, destaca que, com o cenário atual, o
repasse de preços é a única opção das aéreas. Ele pondera, porém, que a redução
da oferta dependerá da disciplina das companhias. Antes da crise de 2016, as
aéreas fizeram uma guerra de preços para atrair a clientela. O resultado foi
uma crise financeira no setor que colocou, principalmente, a Gol em situação
delicada. “Os períodos de crise, porém, costumam trazer essa disciplina. Vimos
isso na pandemia, quando as empresas reduziram as operações drasticamente”,
diz.
Segundo
a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), o cenário de alta do
petróleo poderá “frear a retomada da operação aérea, o atendimento logístico a
serviços essenciais e inviabilizar rotas com custos mais altos.” O presidente
da entidade, Eduardo Sanovicz, criticou a política de preço da Petrobras.
“Ela criou uma situação em que consumidores e sociedade não podem bancar (os
combustíveis).”
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
AVISO: Os
comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do
Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou
reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem
de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados
que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário