O Brasil votou a favor de projeto de resolução do Conselho de
Segurança das Nações Unidas proposto pelos Estados Unidos que condenaria a
invasão da Ucrânia por tropas russas, em um posicionamento mais claro em
relação à crise, depois que o presidente Jair Bolsonaro vinha evitando repudiar
a ação militar. As informações são da
A
resolução contou com o apoio de 11 dos 15 membros do conselho, mas acabou
vetada pela Rússia -- que tem esse poder por ser um dos cinco membros
permanentes. China, Índia e Emiradores Árabes Unidos se abstiveram.
A
posição brasileira no Conselho de Segurança da ONU fora antecipada mais cedo
pela Reuters.
Apesar
de considerar que a resolução era excessivamente dura, o Brasil considerou
necessário se posicionar em relação à opinião pública e também fazer um gesto
para aumentar a pressão sobre a Rússia, ainda que Moscou tivesse o poder de
veto.
Durante
a votação, o embaixador do Brasil na ONU, Ronaldo Costa Filho, fez questão de
destacar que não se pode fechar as portas das negociações e alertou para o
risco de se tomar um caminho "sem volta".
"Estamos
vivendo circunstâncias sem precedentes. Nós estamos seriamente preocupados com
a operação militar da Rússia", disse o representante brasileiro, pouco
antes da votação.
"O
Conselho de Segurança deve reagir prontamente ao uso de força contra a
integridade territorial de seu Estado membro. Um limite foi ultrapassado, e
este Conselho não pode se manter silenciado", defendeu Costa Filho.
"Precisamos
criar as condições para diálogo entre todas as partes envolvidas. O mundo não
pode se dar ao luxo de chegar a um ponto sem volta", alertou.
O
embaixador, que lamentou a rejeição da resolução devido ao veto da Rússia,
aproveitou para dizer que o Brasil atuou durante as negociações para
"manter um espaço de diálogo aberto" entre todos os envolvidos.
Na
semana passada, em encontro com o presidente da Rússia Vladimir Putin, o
presidente Jair Bolsonaro manifestou solidariedade. Depois, em declaração à
imprensa, o presidente brasileiro chegou a fazer um "ajuste" no
discurso, dizendo-se solidário a todos os países que se empenham pela paz. O
adendo, no entanto, não evitou críticas, inclusive por parte dos Estados
Unidos.
Assim
que foi iniciada a invasão, Bolsonaro evitou comentá-la, explicando que,
primeiro, discutiria o assunto com seus ministros da Defesa, Braga Netto, e das
Relações Exteriores, Carlos França.
Costa
Filho disse ainda que a missão do Conselho de Segurança da ONU não está
concluída e que se por um lado os esforços falharam em impedir a guerra, devem
agora, ter como foco buscar o fim das hostilidades.
O
projeto de resolução proposto pelos norte-americanos condenava de forma
veemente a invasão, considerava o ataque russo uma violação da paz e segurança
internacionais e afirmava que Moscou cometeu um ato de agressão contra a
Ucrânia.
O
texto ainda dizia que a Rússia deveria retirar imediatamente todas as suas
forças da Ucrânia e reverter o reconhecimento das regiões separatistas de
Donetsk e Luhansk.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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