O
Banco Central Europeu (BCE) fez um alerta aos bancos da zona do euro na
quarta-feira (9) para que estejam preparados para um iminente ataque cibernético russo.
A ameaça virtual surge em meio a um cenário de tensão entre Moscou e a União Europeia (UE), com o bloco se preparando para os
efeitos de um eventual conflito entre Rússia a Ucrânia. As informações são da
agência Reuters.
O
aviso partiu da ex-ministra francesa Christine Lagarde, que lidera o BCE e
supervisiona os maiores credores da Europa. Antevendo a ação de
cibercriminosos, ela questionou os bancos sobre suas capacidades de cibersegurança,
segundo duas fontes anônimas bem informadas sobre o assunto.
O
principal órgão regulador bancário europeu alega que a segurança digital é uma
de suas prioridades. De acordo com uma das fontes, os bancos simularam uma
guerra virtual para testarem seus potenciais de defesa em um hipotético ataque hacker
financiado pelo Kremlin. O BCE se recusou a comentar.
Os
potenciais bancos ameaçados seriam o CitiBank (EUA), o Societé
Générale (França), o Raiffeisen (Áustria) e o UniCredit (Itália).
O
Departamento de Serviços Financeiros de Nova York já havia emitido em janeiro
uma advertência às instituições financeiras, alertando sobre ciberataques
retaliatórios às sanções de Washington no caso de uma incursão de Moscou à
Ucrânia.
A
mais dura opção de sanção que os aliados têm contra a Rússia é a exclusão
do país do SWIFT, um sistema de pagamentos baseado na Bélgica que movimenta
dinheiro entre milhares de bancos em todo o mundo. É o que se convencionou
chamar de “opção nuclear” no campo das sanções financeiras. E a medida já foi
inclusive aprovada pelo Parlamento Europeu para o caso de invasão.
O conflito
entre Moscou e Kiev já é uma realidade no front cibernético. Um time
de cibercriminosos que
a Ucrânia alega ser
coordenado pela inteligência russa tem focado em um grande leque de
organizações em atividade no país.
Relatórios de
multinacionais norte-americanas da tecnologia da informação (TI) divulgados no
começo do mês relataram que o grupo hacker Gameredon vem
tentando obter informações confidenciais de organizações militares,
governamentais e não governamentais ucranianas desde outubro de 2021.
Por
que isso importa?
A
mais recente edição do relatório anual de segurança digital publicado
pela Microsoft,
que cobre o período entre julho de 2020 e junho de 2021, indica que a Rússia é
a nação que mais patrocina ataques
hackers no mundo, seguida de longe pela Coreia do Norte.
“O
cenário de ataques cibernéticos tem se tornando cada vez mais sofisticado à
medida que os criminosos
cibernéticos mantêm – e até mesmo intensificam – sua atividade em
tempos de crise”, diz o documento de outubro de 2021. “O crime cibernético,
patrocinado ou permitido pelo Estado, é uma ameaça à segurança nacional.
Ataques ransomware são
cada vez mais bem-sucedidos, incapacitando governos e empresas, e os lucros desses
ataques estão aumentando”.
Os
números colhidos no período mostram que o grupo Nobelium, acusado de
ser patrocinado
pelo Kremlin, é o mais ativo no mundos, responsável por 59% das ações
hackers atreladas a governos. Em segundo lugar aparece o grupo Thallium, da
Coreia do Norte, com 16%. O terceiro grupo mais ativo é o iraniano Phosphorus,
com 9%.
Entre
os setores mais atingidos, o governamental surge em destaque, sendo o alvo dos
hackers em 48% dos casos apurados. Em segundo, com 31%, aparecem ONGs e think
tanks. Já as nações mais visadas são os Estados Unidos, com 46%, a Ucrânia, com
19%, e o Reino Unido, com 9%.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com.
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