“Não
temos todas as respostas hoje. Mas será uma nova realidade. Será uma nova
Europa após a invasão que vimos hoje”. A frase foi proferida pelo secretário-geral
da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), Jens Stoltenberg,
logo após a invasão militar da Rússia à Ucrânia, nesta quinta-feira (24).
Trata-se da maior agressão de um Estado a outro na Europa desde a Segunda
Guerra Mundial, uma ação que desde já divide o continente. As informações são do site de notícias internacionais A Referência.
Após
o ataque inicial, que ocorreu pouco depois das 6h de Moscou (0h de Brasília), a
Otan reafirmou que não tem tropas na Ucrânia e nem pretende enviar. Porém,
confirmou ter ativado seu “plano de defesa”, desenhado justamente quando a
Rússia invadiu e anexou a Crimeia em 2014. “Aumentamos a presença na parte
oriental da Aliança e ativamos hoje os planos de defesa da Otan para garantir
que não vejamos nenhum transbordamento para o território da Otan”, disse
Stoltenberg.
A
mobilização militar da aliança incluirá elementos da força de reação rápida,
que conta com 40 mil soldados, e uma unidade altamente preparada de sete mil
combatentes, a maioria deles franceses, além de uma ala aérea sob comando
francês, de acordo com o site The Defense Post.
Segundo
Stoltenberg, a decisão de invadir terá “efeitos de longo prazo” na relação
entre Otan e Moscou. “A Rússia fechou a porta para uma solução política. Nós
lamentamos isso. Mas essa é, infelizmente, a realidade, que tem consequências
graves e muito sérias para o povo da Ucrânia, mas também afeta a segurança de
todos nós”, disse o chefe da aliança. “Essa é a razão pela qual intensificamos
nossa presença na parte leste da aliança”.
A União
Europeia (UE) usou o mesmo tom para condenar a invasão. “Estamos em um
momento divisor de águas”, diz um comunicado oficial assinado pela presidente da
Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. “O que está em jogo não é apenas
Donbass, não é apenas a Ucrânia. O que está em jogo é a estabilidade da Europa
e de toda a ordem internacional, a nossa ordem de paz”.
Sanções
Como
a Otan, o bloco não falou em resposta militar à Rússia, mas reforçou a intenção
de sufocar o país agressor com sanções financeiras. “Apresentaremos um pacote
de sanções maciças e direcionadas aos líderes europeus”, diz o texto, citando
que a coordenação das medidas vem sendo feita em parceira com Estados Unidos,
Reino Unido, Canadá, Noruega, Japão e Austrália.
Conforme
a projeção da UE, os cidadãos russos serão os mais atingidos pelas medidas, que
visam a limitar “severamente o acesso da Rússia aos mercados de capitais” e a
“tecnologia crucial”. As ações tendem aumentar a inflação, comprometer a
indústria russa e dificultar o acesso do país a “componentes de alta tecnologia
a softwares de ponta”.
Por
que isso importa?
A
escalada de tensão entre Rússia e Ucrânia, que culminou com a efetiva invasão
russa ao país vizinho nesta quinta-feira (24), remete à anexação da Crimeia pelos russos, em
2014, e à guerra em Donbass, que começou naquele mesmo ano e se estende até
hoje.
O
conflito armado no leste da Ucrânia opõe o governo central às forças
separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk, que
formam a região de Donbass e foram oficialmente reconhecidas como territórios
independentes por Moscou. Foi o suporte aos separatistas que Putin usou como
argumento para justificar a invasão, classificada por ele como uma “operação
militar especial”.
“Tomei
a decisão de uma operação militar especial”, disse Putin pouco depois das 6h de
Moscou (0h) de Brasília) desta quinta (24), de acordo com o site
independente The Moscow Times. Cerca de 30 minutos depois, as primeira
explosões foram ouvidas em Kiev, capital ucraniana, e logo em seguida em
Mariupol, no leste do país, segundo a agência AFP.
O
conflito, porém, tende a ser bem mais duro para Moscou que o de 2014 na
Crimeia. Isso porque o Ocidente ajudou a Ucrânia a desenvolver e ampliar suas
forças armadas, fornecendo armamento, tecnologia e treinamento.
“Sem
pânico. Nós somos fortes. Estamos prontos para tudo. Vamos derrotar todo mundo
porque somos a Ucrânia”, disse o presidente Volodymyr Zelensky pouco após o
anúncio da invasão, de acordo com a rede Voice of America (VOA).
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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