© Reprodução Twitter Encontro
com o arcebispo de São Paulo, cardeal Dom Odilo Scherer, faz parte da ofensiva
de Sérgio Moro para obter apoio da Igreja Católica, que costuma ser crítica ao
presidente Jair Bolsonaro.
O ex-juiz da Lava Jato Sergio
Moro, pré-candidato do Podemos ao Palácio do Planalto, se reuniu nesta sexta-feira, 28, com o
arcebispo de São Paulo, cardeal Dom
Odilo Scherer. O encontro faz parte da ofensiva de Moro para obter apoio da
Igreja Católica, que costuma ser crítica ao presidente Jair
Bolsonaro.
O Estadão apurou
que, durante a reunião, Dom Odilo discorreu sobre as preocupações da Igreja
Católica com questões sociais, principalmente em relação ao aumento da fome. Ao
lado da presidente do Podemos, deputada Renata
Abreu (SP), Moro apresentou, por sua vez, a ideia de criar uma espécie
de "força tarefa" para erradicação da pobreza ao comentar a
necessidade da manutenção dos programas de transferência de renda.
Na
prática, a reunião com o cardeal indica maior abertura de Moro na busca de
diálogo com religiosos. Desde o final do ano passado, quando anunciou a intenção
de concorrer à Presidência, o ex-ministro da Justiça tem procurado evangélicos, que são
mais ligados ao bolsonarismo. Moro já conversou com o missionário RR Soares,
líder da Igreja Internacional da Graça de Deus, e com o pastor Estevam
Fernandes, chefe da Igreja Batista de João Pessoa.
Dom
Odilo tem reprovado algumas ações de Bolsonaro. Em outubro do ano passado, por
exemplo, o líder religioso disse que "para ser pátria amada não pode ser pátria armada”,
numa referência ao slogan do governo federal.
Antes,
em abril, o cardeal havia afirmado ao programa Roda Viva, da TV Cultura, que
enxerga "o risco de uma virada política para uma ditadura ou, então, para
uma tendência a um certo fascismo, que vai se afirmando sempre mais".
Desde
o início da pandemia do coronavírus, Bolsonaro tem sido alvo de críticas
da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Em
julho de 2020, uma carta assinada por 152 bispos e arcebispos acusava o governo
de "inércia, omissão, incapacidade e inabilidade" para lidar com a
crise da covid-19. No ano passado, os católicos emitiram uma nota dizendo ser “inaceitáveis
discursos e atitudes que negam a realidade da pandemia, desprezam as medidas
sanitárias e ameaçam o estado democrático de direito”.
Em
setembro, a CNBB também se posicionou contra atitudes de Bolsonaro e criticou
as manifestações do Dia da Independência contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Congresso.
“Muitos,
em nome de ideologias, dedicam-se a agressões e ofensas, chegando ao absurdo de
defender o armamento da população. Quem se diz cristã ou cristão deve ser
agente da paz, e a paz não se constrói com armas”, escreveu o presidente do grupo religioso, Dom Walmor Oliveira de Azevedo.
A
mais recente pesquisa Ipec, de dezembro, mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem a preferência dos
católicos (54%). O petista é seguido por Bolsonaro, com 16%, e por Moro, com
6%.
Com informações Lauriberto Pompeu/Estadão
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professortacianomedrado.com
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