Da Redação
Pré-candidato
à Presidência, o ex-juiz Sergio Moro (Podemos) disse, em entrevista à revista
Veja, que eleger o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ou o presidente
Jair Bolsonaro (PL) no pleito deste ano é "suicídio" e que o atual
mandatário, de quem foi ministro da Justiça, é seu principal adversário no
primeiro turno.
Moro
avaliou ainda que sua candidatura é a que tem mais chances de decolar entre os
candidatos da terceira via e que não vai desistir de concorrer.
"Quero
dar às pessoas a alternativa de que não é preciso tratar quem pensa diferente
como inimigo. As pessoas sabem que esse governo não tem compromisso com o
combate à corrupção e que não funcionou na economia. Elas precisam de uma outra
alternativa, inclusive para enfrentar o outro extremo, que é o Lula. Se
insistirem na polarização vamos acabar entregando o poder ao Lula", disse
Moro.
Para
ele, a volta do petista ao poder seria "um acinte" após os escândalos
do Mensalão e da Lava Jato, e Bolsonaro "mente" ao dizer que a
corrupção acabou, criticando a aproximação dele com o Centrão.
"Bolsonaro
não queria combater nada. Queria apenas se blindar, ficar longe do alcance da
Justiça. Ele me disse que eu tinha de sair do governo porque não aceitava
protegê-lo de investigações. Prefiro ser alvo de críticas injustas e até de
mentiras a permanecer como cúmplice de coisa errada."
TERCEIRA
VIA
O
ex-juiz avalia que sua candidatura é a mais viável da terceira via e disse que
não pretende abrir mão dela "em prol de alguém que tem 1%, 2% ou 3%".
"Temos
de respeitar todo mundo que quer colocar seu nome à disposição, mas é
importante que em algum momento haja uma aglutinação em torno de um projeto e
das pessoas que têm condições de realizá-lo. Hoje, vejo minha candidatura com
as melhores chances de êxito."
O
ex-ministro classificou como "constrangedor" o fato de concorrer ao
cargo contra Lula, a quem condenou quando era juiz da Lava Jato. Ele fez duras
críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal), que anulou as condenações impostas
ao petista.
"As
pessoas precisam saber que a lei vale para todos, mas o Supremo, com essas
decisões, reacendeu a crença de que não se pode confiar na Justiça para punir
poderosos. As pessoas sabem quem está do lado certo dessa história, quem
combateu a corrupção, quem cometeu corrupção e quem favoreceu a
corrupção", disparou.
Moro
disse ainda estar tomando "precauções contra atentados", porque
avalia que há risco de violência física no ano eleitoral.
Caso
eleito, ele afirma que pretende manter a legislação atual sobre o aborto, que
permite a prática apenas em casos de risco à vida da mãe e de estupro, e diz
ser contrário ao uso das drogas.
'VAZA
JATO'
Moro
também foi questionado se não deveria fazer um mea-culpa devido às mensagens
trocadas entre ele e o ex-procurador da República Deltan Dallagnol, caso que
ficou conhecido como "Vaza Jato". Novamente, ele negou
irregularidades.
"As
pessoas vêm criticar a mim e ao Deltan mas sobre o pessoal que mandou anular
tudo, sobre o Congresso que reviu as leis e sobre o Bolsonaro, que desmantelou
o combate à corrupção, ninguém fala nada? Não existe nada naquelas mensagens de
alguém que tenha sido condenado e era inocente, não teve fabricação de provas,
não teve nada ali que justificasse a anulação das condenações. O que acontece é
a velha história de que rico e poderoso nunca vai para a prisão. Desta vez
usaram essas mensagens como álibi para impunidade", criticou.
Sobre
sua atuação na iniciativa privada, alvo do TCU (Tribunal de Contas da União), o
ex-juiz disse que nunca prestou serviços a empresas vinculadas à Lava Jato.
"Não
revelo o valor do contrato por ser uma relação privada. O tribunal tem uma
atuação indevida e ilegal nesse caso e vai quebrar a cara porque não tem nada
de errado na minha relação privada com a consultoria que me empregou. Repito:
não enriqueci nem como juiz nem como ministro."
Para ler mais acesse, www:
professortacianomedrado.com
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