Soldados
paquistaneses em ação contra o avanço de militantes extremistas, sem data ou
local especificado (Foto: Pakistan Army)
Da redação
Quatro
soldados do exército paquistanês foram mortos na última sexta-feira (31)
durante uma troca de tiros com combatentes do do Tehrik-e Taliban
Pakistan (TTP), popularmente conhecido como Taleban do Paquistão. Este foi o confronto
mais mortífero entre militares e extremistas desde o fim do cessar-fogo entre
as partes que foi interrompido no início de dezembro de 2021, segundo a agência
catari Al
Jazeera.
As
mortes ocorreram em uma de duas operações, nas quais os militares invadiram
esconderijos do grupo extremista. Um das operações ocorreu no distrito de Tank,
no noroeste do país, e terminou com a morte de dois jihadistas. A outra ocorreu
no distrito do Vaziristão do Norte, onde os soldados foram mortos. Um
terrorista foi preso e armas foram apreendidas pelo exército.
O
cessar-fogo entre o TTP e o Islamabad foi encerrado no dia 10 de dezembro de
2021, exatamente um mês após ter sido iniciado. Os extremistas acusaram o
governo de não cumprir as promessas feitas antes do acordo, entre elas a libertação
de prisioneiros e a formação de um comitê de negociações.
À
época em que o cessar-fogo foi estabelecido, o ministro da Informação
paquistanês, Fawad Chaudhry, confirmou a influência
do Taleban do Afeganistão para que o acerto fosse possível, embora os
grupos homônimos não tenham qualquer tipo de associação oficial.
Por
que isso importa?
Embora
sigam os mesmos preceitos fundamentalistas e sejam ambos grupos sunitas,
o Taleban afegão e o
homônimo paquistanês são entidades separadas. Porém, o governo do Paquistão
aproveitou sua proximidade com os talibãs do Afeganistão para iniciar as
negociações com o TTP.
Depois
que o Taleban conquistou Cabul, consequentemente assumindo o governo do
Afeganistão, o premiê paquistanês declarou que o grupo estava “quebrando as
correntes da escravidão”, em vídeo reproduzido pelo jornal britânico The
Independent.
Segundo
o think tank norte-americano CFR (Conselho
de Relações Estrangeiras, da sigla em inglês), uma forte razão para a
proximidade entre Paquistão e Taleban é a questão
territorial. “As autoridades paquistanesas estão preocupadas com a
fronteira com o Afeganistão e acreditam que um governo do Taleban poderia
aliviar suas preocupações”, diz a entidade, que destaca a disputa histórica
entre os paquistaneses e a etnia pashtun do Afeganistão. “O governo do
Paquistão acredita que a ideologia do Taleban enfatiza o Islamismo em vez da
identidade pashtun”.
Nos
EUA, são comuns as acusações de que o governo paquistanês não apenas dialoga
com os talibãs afegãos, mas também os apoia e dá suporte. Segundo
especialistas, o ISI, serviço de inteligência paquistanês, apoiou grupos
militantes na região da Caxemira, disputada entre Paquistão e Índia. Entre
eles, grupos que hoje figuram na lista de organizações terroristas do Departamento
de Estado norte-americano.
O
CFR ilustra essa desconfiança com uma entrevista do então secretário de Defesa
dos Estados Unidos Robert Gates, concedida ao programa 60 Minutes, da rede CBS,
em maio de 2009. Na ocasião, ele disse que “até certo ponto, eles jogam dos
dois lados”, referindo-se ao ISI.
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acesse, www: professortacianomedrado.com
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