A
bancada de deputados federais do PSB se reuniu nesta semana para discutir a
possibilidade de se unir em uma federação com o PT.
A
ideia foi aprovada por ampla maioria dos parlamentares e deve aumentar a
pressão sobre o presidente do partido, Carlos Siqueira, para que viabilize a
aliança.
Por
ela, os dois partidos unem forças em todos os estados do país para conquistar
votos para assembleias estaduais, Câmara dos Deputados e Senado. Apoiam chapas
únicas para os governos estaduais e fazem campanha para Lula à Presidência.
Onde forem vitoriosos, governam juntos.
Lideranças
estaduais do partido que têm receio de perder eleitores antipetistas, como o
governador Renato Casagrande, no entanto, têm bombardeado a aliança. Ele já
afirmou que é contra a federação e que ela "acomoda o partido".
Outras
tentam forçar o PT a retirar candidaturas estaduais ao governo para facilitar
suas próprias ambições eleitorais. É o caso do ex-governador Márcio França
(PSB) em SP.
"A
posição de líderes regionais é compreensível. Mas nada deveria ameaçar a
possibilidade de caminharmos [PT e PSB] juntos em uma federação", diz o
deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ), que é pré-candidato ao governo do Rio
de Janeiro.
"A
federação é a melhor forma de elegermos mais deputados do campo de
centro-esquerda. Ela fortalece as disputas aos governos estaduais. E cria
governança para os eleitos", afirma ele.
O
endurecimento de Carlos Siqueira nas negociações com o PT, no entanto, pode
inviabilizar a federação, o que preocupa os parlamentares.
Siqueira
tem exigido que o PT retire candidaturas a governos estaduais em diversos
estados, como São Paulo, Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Pernambuco, Acre e
Rio de Janeiro, para só então avançar em um acordo.
Além
disso, os socialistas indicariam o candidato a vice de Lula o nome de Geraldo
Alckmin foi lançado ao cargo por Márcio França e amplamente aceito no PT,
apesar de críticas pontuais.
O
PT resiste à pressão para retirar todas as candidaturas, especialmente a de
Fernando Haddad em São Paulo. E reagiu lançado pré-candidatos ao governo em
estados-chave para o PSB, como o senador Humberto Costa em Pernambuco.
O
estado é hoje o maior reduto e principal polo de poder dos socialistas, que
comandam também a prefeitura de Recife.
Além
de Costa, o PT filiou o senador Fabiano Contarato no Espírito Santo. Ele é um
candidato potencial ao governo. E, no Rio Grande do Sul, mantém a
pré-candidatura de Edegar Pretto, que aparece na frente de Beto Albuquerque, do
PSB, nas pesquisas eleitorais.
A
posição dos deputados evidencia a divisão do PSB pois faz um contraponto a
lideranças regionais do partido que defendem que Carlos Siqueira siga
endurecendo com o PT para arrancar concessões dos petistas nos estados.
É
o caso do ex-governador de São Paulo Márcio França, que pretende concorrer
novamente ao cargo e gostaria que o PT retirasse a candidatura de Haddad para
apoiá-lo.
Em
alguns estados, os líderes regionais como Casagrande simplesmente não querem se
juntar ao PT, temendo perder eleitores conservadores.
Já
Marcelo Freixo tem o apoio entusiasmado de Lula para concorrer ao governo do
Rio. Mas o enterro da federação partidária poderia comprometer uma aliança dele
com o PT.
Os
petistas avaliam que o fracasso de um acordo com o PSB seria muito ruim para
Lula mas ainda pior para os socialistas.
A
possibilidade de união, no entanto, ainda é a mais provável, apesar das
disputas.
Em
uma reunião com Carlos Siqueira, em dezembro, 18 diretórios estaduais do PSB
votaram a favor da federação com o PT, contra apenas cinco que foram
contrários: Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Distrito Federal e Mato Grosso
não querem caminhar com os petistas. Tocantins é contra a formação de qualquer
federação.
Em
Pernambuco, o apoio de Lula a um candidato do PSB é considerado crucial para
que o partido mantenha o poder no estado.
O
ex-presidente pretendia apoiar o candidato socialista. Mas, com o endurecimento
de Siqueira, lançou Humberto Costa como pré-candidato.
O movimento aumentou a pressão para que o PSB faça concessões abrindo mão, por exemplo, da candidatura de Márcio França em São Paulo em troca de um recuo de Costa em Pernambuco.
Com informações de Mônica Bergamo-Folha
Para ler mais
acesse, www: professortacianomedrado.com
AVISO: Os comentários são de responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário