A Argentina continua imbatível e deu mais uma
demonstração da boa fase, nesta quinta-feira, ao somar o 28° jogo de
invencibilidade. Diante de um desesperado Chile, a tranquilidade e melhor qualidade foram
fundamentais na vitória por 2 a 1 da seleção de Messi, poupado
em Calama. O resultado deixa os chilenos em situação desesperadora nas Eliminatórias e bem perto de perder a segunda Copa do Mundo seguida.
Os
chilenos precisarão de um milagre para estarem no Catar no fim do ano. Após
novo tropeço, necessitam de série perfeita em visitas à altitude da Bolívia e ao invicto Brasil e no encerramento das Eliminatórias contra
o Uruguai, em casa. Fora da Rússia em 2018, a seleção repete campanha decepcionante,
carente de uma renovação.
Já
a Argentina, classificada com quatro rodadas de antecedência, deu mais um passo
para quebrar sua maior série invicta da história. Foram 31 jogos sem derrota
entre 1991 e 1993, sob o comando de Alfio 'Coco' Basile. Com o triunfo desta
quinta, agora soma 28 jogos de invencibilidade.
O
último revés foi na semifinal da Copa América de 2019, diante do Brasil, no
Mineirão, dia 2 de julho de 2019. Na oportunidade, levou 2 a 0 com gols de
Gabriel Jesus e Roberto Firmino.
Desfalcada
do astro Messi, poupado, e sem o técnico Lionel Scaloni, por causa da covid-19,
a Argentina entrou em campo despreocupada pela vaga conquistada com
antecedência. Já o Chile levou o jogo para o deserto de Atacama para desgastar
mais os rivais na altitude de 2.300 metros e tentar se manter viva no sonho de
voltar à Copa após ausência na Rússia em 2018. Só um triunfo interessava e a
meta era "esquecer" a ausência do experiente Arturo Vidal, suspenso.
A
faixa "todos com La Roja" mostrava que os chilenos iriam apoiar
efusivamente a equipe. E a cantoria era bonita no acanhado Estádio Zorros del
Desierto, em Calama, com capacidade para 12 mil pessoas. Mas nem deu tempo de
ver a seleção da casa chegar na frente e o time já estava em desvantagem.
Logo
aos 8 minutos, Di María fez um belo gol ao cortar a marcação e bater de fora da
área sem chances para Bravo. O lance começou em carrinho duro no meio-campo que
o árbitro brasileiro Anderson Daronco deu vantagem.
A
Argentina estava tranquila em campo quando os jovens chilenos apareceram.
Nuñez, de 21 anos, cruzou na cabeça de Brereton, de 22, que encobriu Martínez
em um lance que parecia sem perigo. O estádio explodiu com o empate e a pressão
se tornou grande, com gritaria ensurdecedora.
O
jogo ficou elétrico, no famoso lá e cá com o Chile mostrando vontade na frente
e dando muito espaço atrás para um visitante de enorme qualidade. Sentindo
lesão, Bravo pedia substituição. Os chilenos demoraram e a Argentina encaixou
um contragolpe que custou caro. De Paul bateu de longe e o machucado goleiro
espalmou nos pés de Lautaro Martínez. Falha de um lado e festa do outro com o 2
a 1.
O
gol murchou os chilenos nas arquibancadas. Novamente atrás, os donos da casa
viram a Argentina crescer e assumir o domínio do jogo. Mesmo assim, quase o
empate veio, em chutaço de Diaz no último minuto. Martínez salvou com a ponta
dos dedos, garantindo ida ao intervalo com tranquilidade.
Sem
outra opção, senão atacar, o Chile voltou do intervalo alugando o campo de
ataque diante de uma Argentina visivelmente se poupando. Mesmo assim, nada de
levar perigo ao goleiro Martínez. Com metade da etapa, os erros de passe e os
chuveirinhos davam a tônica.
A
paciência já não existia mais e as jogadas começaram a ser mais bruscas, com
entradas desleais e jogadores querendo briga a cada lance. Os argentinos
"desistiram" cedo do jogo e só queriam fazer o tempo passar, o que
fez a qualidade da partida despencar.
Brereton
ainda parou em milagre de Martínez. A Argentina se manteve firme até o fim e festejou
com abraço coletivo do time. O Chile sentiu o golpe e segue cada vez mais
distante do objetivo, com somente 16 pontos em 15 partidas.
Estadão
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