RIO
DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Com o repasse às bombas dos reajustes promovidos
pela Petrobras no último dia 11, o preço médio da gasolina subiu 0,8% na semana
passada. O litro do diesel teve alta de 2,9%, segundo dados da ANP (Agência
Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis).
É
a segunda alta seguida da gasolina após oito semanas consecutivas de queda,
cenário que preocupa o governo pelo risco de contaminação do debate eleitoral.
Os preços devem ser ainda pressionados pelo fim do congelamento do ICMS sobre
os combustíveis, debatido pelos estados.
Segundo
a ANP, o litro da gasolina foi vendido na semana passada a R$ 6,664, em média.
Já o óleo diesel chegou à média de R$ 5,582 por litro no país. O levantamento
da ANP analisa valores cobrados nas bombas de postos espalhados pelo país.
Os
combustíveis registram patamar elevado em meio à recuperação dos preços do
petróleo no mercado internacional. Na semana passada, a commodity chegou a
atingir o maior nível desde 2014.
O
comportamento do petróleo provoca impactos no Brasil porque é levado em
consideração pela Petrobras na hora de definir os preços dos derivados nas
refinarias. Outro fator com forte influência sobre os preços é o câmbio
depreciado.
No
dia 11, a Petrobras anunciou aumentos de 4,85% no preço da gasolina e de 8% no
preço do diesel. Desde a semana anterior aos reajustes, o preço da gasolina tem
alta acumulada nas bombas de 1%. Já o diesel subiu 4,45% no período.
A
ANP detectou ainda elevação do preço do GNV (gás natural veicular), que passou
de R$ 4,435 para R$ 4,456 por metro cúbico, como reflexo dos reajustes
promovidos no preço de venda do gás natural após o fim de contratos entre a
Petrobras e distribuidoras estaduais.
Já
os preços do etanol hidratado e do botijão de gás ficaram estáveis na semana. O
primeiro foi vendido, em média, a R$ 5,053 por litro. O botijão de 13 quilos,
mais usado em residências, teve um preço médio de R$ 102,53.
A
disparada dos combustíveis tem sido motivo de preocupação para o presidente
Jair Bolsonaro (PL). Em 2021, ajudou a levar a inflação oficial a alta de
10,06%, a maior desde 2015. A escalada inflacionária foi puxada pelo grupo de
transportes, que, por sua vez, refletiu a carestia de produtos como a gasolina.
Pressionado,
o governo federal anunciou uma PEC (proposta de emenda à Constituição) para
autorizar a redução temporária de tributos sobre combustíveis e energia
elétrica, em uma tentativa de aliviar o bolso dos consumidores em ano
eleitoral.
Caso
o governo zere alíquotas de PIS/Cofins sobre gasolina, diesel e etanol, o
impacto na arrecadação ficará na faixa de R$ 50 bilhões ao ano, segundo fontes
do governo informaram à Folha.
O
projeto também planeja liberar todos os entes da federação para reduzir a carga
tributária sobre combustíveis, incluindo o ICMS (Imposto sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços), com grande peso nos cofres dos estados.
A
medida é vista como uma forma de pressionar os governadores, que se tornaram
alvos de críticas de Bolsonaro ao longo dos últimos meses. O presidente chegou
a culpar o ICMS pela carestia dos combustíveis, ideia contestada pelos estados.
Em
meio ao embate com Bolsonaro, secretários estaduais de Fazenda decidiram, em
outubro, congelar o valor do ICMS cobrado nas vendas de combustíveis. A medida
foi aprovada na ocasião pelo prazo de 90 dias, entre o começo de novembro e o
final de janeiro.
A
alíquota de ICMS cobrada pelos estados incide sobre o chamado PMPF (Preço Médio
Ponderado ao Consumidor Final) dos combustíveis. Esse valor, inalterado até
janeiro, costuma ser definido a partir de uma pesquisa de preços nos postos a
cada 15 dias.
Neste
mês, os estados passaram a discutir o fim do congelamento. Caso a proposta seja
aprovada, o preço da gasolina pode subir até R$ 0,027 por litro em São Paulo,
por exemplo.
"Os
estados deram a sua contribuição para a redução da volatilidade dos preços dos
combustíveis, o que não foi feito pela Petrobras ou pelo governo federal",
disse no último dia 14 de janeiro o presidente do Comsefaz (Comitê Nacional de
Secretários de Fazenda dos Estados), Rafael Fonteles, que é secretário do
Piauí, governado por Wellington Dias (PT).
Em
diferentes ocasiões, Bolsonaro também fez críticas à política de preços da
Petrobras, que leva em conta as cotações do petróleo no mercado internacional e
a variação do dólar para definir o patamar dos combustíveis nas refinarias.
Em
novembro, o presidente da estatal, Joaquim Silva e Luna, afirmou que "não
é correto" atribuir à companhia o aumento nos preços dos combustíveis. A
Petrobras defende que segue preços de mercado e que eventuais distorções
poderiam afastar investimentos e gerar riscos ao abastecimento.
Para ler mais acesse, www:
professortacianomedrado.com
AVISO: Os comentários são de
responsabilidade dos autores e não representam a opinião do Blog do professor
Taciano Medrado. Qualquer reclamação ou reparação é de inteira responsabilidade
do comentador. É vetada a postagem de conteúdos que violem a lei e/ ou direitos
de terceiros. Comentários postados que não respeitem os critérios podem ser
removidos sem prévia notificação.
Postar um comentário