Da redação
A maioria das pessoas que participaram da consulta pública sobre vacinação de
crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19 é
contrária à obrigatoriedade de prescrição médica para a imunização, o que vinha
sendo defendido pela gestão do presidente Jair
Bolsonaro. A consulta, cujo formato de realização foi criticado por
especialistas e apresentou falhas durante sua execução, também mostrou a maior
parte dos participantes contrária à compulsoriedade da vacinação nesse público. As informações são do Estadão.
A
informação foi divulgada pela secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19,
Rosana Leite de Melo, nesta terça-feira, 4, durante audiência pública sobre o
tema.
"Tivemos
99.309 pessoas que participaram neste curto intervalo de tempo cujo documento
esteve para consulta pública. Sendo que a maioria se mostrou concordante com a
não compulsoriedade da vacinação e a priorização das crianças com comorbidades.
A maioria foi contra a obrigatoriedade de prescrição médica no ato de
vacinação", disse a secretária.
Em
dezembro, o ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga, afirmou que o governo vacinaria as crianças apenas mediante
prescrição médica. Após a fala, o Conselho Nacional de Secretarias de Saúde
(Conass) divulgou uma "carta de Natal às crianças do Brasil", na qual
confirmou que nenhum Estado exigiria o documento.
A
decisão do Conass foi alvo de críticas de Queiroga. Na ocasião, o ministro
afirmou que os Estados deveriam se manifestar na consulta pública.
“Governadores falam em prescrição, prefeitos falam em prescrição. Não ter uma
prescrição", disse. “Pelo que eu saiba, a grande maioria deles não são
médicos."
A
consulta pública para manifestação da sociedade civil sobre a imunização das
crianças foi criticada por especialistas e terminou no domingo, 2. Na
sexta-feira, 31, o Ministério da Saúde afirmou em nota que sua recomendação é
"pela inclusão da vacinação em crianças de 5 a 11 anos no Plano Nacional
de Operacionalização das Vacinas Contra a covid-19".
"No
dia 5 de janeiro, após ouvir a sociedade, a pasta formalizará sua decisão e,
mantida a recomendação, a kimunização desta faixa etária deve iniciar ainda em
janeiro", informou a pasta.
A
audiência pública sobre vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a covid-19
tem a participação de três médicos indicados pela presidente da Comissão de
Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, Bia Kicis (PSL-DF)
que compartilham posicionamentos semelhantes ao do presidente
Bolsonaro, como o suposto tratamento precoce contra a covid com
medicamentos com ineficácia comprovada. São contrários também ao passaporte
sanitário - a obrigação de apresentar um comprovante de vacinação para entrar
em locais públicos ou aeroportos.
Iniciada
por volta das 10h15, a audiência pública não conta com a participação da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que autorizou a aplicação da
vacina da Pfizer nas crianças em 16 de dezembro. A agência foi convidada, mas
decidiu não participar.
"(A
Anvisa) encaminhou um e-mail ao Ministério da Saúde e informou que o parecer da
agência é público e que não irá agregar ao debate, por isso, não há
representante da Anvisa aqui", informou a Saúde no início da audiência.
A
vacinação das crianças é um tema que enfrenta dura resistência do presidente
Jair Bolsonaro e de sua base ideológica. Bolsonaro entrou em conflito com
técnicos da Anvisa, após dizer que divulgaria os nomes dos servidores que
autorizaram a aplicação do imunizante da Pfizer em crianças de 5 a 11 anos.
O
presidente afirmou também que as mortes de crianças por covid não justificam a
adoção de uma vacina contra a doença e informou que não vai imunizar sua filha
Laura, de 11 anos.
Para ler mais
acesse, www: professortacianomedrado.com
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