1ª Divisão Blindada das
Forças Armadas da Rússia (Foto: Ministry of Defence of the Russian
Federation/Divulgação)
A
ameaça de impor sanções pesadas à Rússia, feita pelos Estados Unidos e pela União
Europeia (UE), não foi suficiente para convencer Moscou a reduzir o
contingente militar nas proximidades da Ucrânia. A mobilização aumentou
nas últimas semanas, mesmo após uma reunião virtual entre os presidentes
norte-americano, Joe Biden, e russo, Vladimir Putin. As informações são da
rede Voice
of America (VOA).
Apesar
das advertências de Biden, repetidas no mesmo
tom pela UE, de que a Rússia pagaria um “preço
terrível” caso invadisse a Ucrânia, o avanço de centenas de tanques russos,
de artilharia autopropulsionada e de dezenas de milhares de soldados não foi
revertido pelo Kremlin. Ao contrário, o contingente e o armamento posicionados
em condição de atacar o país vizinho aumentaram.
Apenas
dois dias após a conversa entre os líderes, unidades de infantaria motorizada
se instalaram em um campo a leste de Kursk, a cem quilômetros da fronteira
com a Ucrânia, de acordo com a Janes, uma empresa de inteligência de
código aberto global com sede no Reino Unido.
Há relatos
de unidades capazes de atacar a Ucrânia da Sibéria e da fronteira com
a Mongólia. Também foram reposicionadas unidades nos últimos meses ao redor de
Yelnya, Voronezh e Persianovka, todas dentro de um raio de 100 a 300
quilômetros da Ucrânia. E tropas que foram deslocadas de suas bases na região
do Cáucaso para a Crimeia, no início deste ano, não teriam mais retornado aos
locais de origem. Assim, seguem em posição de ataque.
Apesar
da mobilização militar, as inteligências norte-americana e europeias entendem
que uma invasão não é iminente, pois a logística necessária ainda não foi
implementada. Isso incluiria maiores estoques de combustível e de munições e
posicionamento de mais tropas. Os especialistas calculam que a Rússia tenha
entre 70
mil e 100 mil soldados estacionados nas proximidades da Ucrânia, sendo
necessária uma força de 175 mil para invadir.
Por
que isso importa?
A tensão entre
Ucrânia e Rússia explodiu com a anexação da Crimeia por Moscou. Tudo
começou no final de 2013, quando o então presidente da Ucrânia, o pró-Kremlin Viktor
Yanukovych, se recusou a assinar um acordo que estreitaria as relações do país
com a UE. A decisão levou a protestos em massa que culminaram com a fuga de
Yanukovych para Moscou em fevereiro de 2014.
Após
a fuga do presidente, grupos pró-Moscou aproveitaram o vazio no governo
nacional para assumir o comando da península da Crimeia e declarar sua
independência. Então, em março de 2014, as autoridades locais realizaram um
referendo sobre a “reunificação” da região com a Rússia. A aprovação foi
superior a 90%.
Com
base no referendo, considerado
ilegal pela ONU (Organização das Nações Unidas), a Crimeia passou a se
considerar território russo. Entre outras medidas, adotou o rublo russo como
moeda e mudou o código dos telefones para o número usado na Rússia.
Paralelamente
à questão da Crimeia, Moscou também apoia os separatistas ucranianos que
enfrentam as forças de Kiev na região leste da Ucrânia desde abril de 2014. O
conflito armado, que já matou mais de dez mil pessoas, opõe ao governo
ucraniano as forças separatistas das autodeclaradas Repúblicas Populares de
Donetsk e Lugansk, que formam a região de Donbass e contam com suporte militar
russo.
Em
2021, as tensões escalaram na fronteira entre os dois países. Washington tem
monitorado o crescimento do exército russo na região fronteiriça e compartilhou
informações de inteligência com seus aliados. Os dados apontam um aumento de
tropas e artilharia russas que permitiriam um avanço rápido e em grande escala,
bastando para isso a aprovação de Putin e a adoção das medidas logísticas
necessárias.
Especialistas
calculam que a Rússia tenha entre 70
mil e 100 mil soldados nas proximidades da Ucrânia, sendo necessária
uma força de 175 mil para invadir, além de mais combustível e munição. Conforme
o cenário descrito pela inteligência dos EUA, as tropas russas invadiriam o
país vizinho pela Crimeia e por Belarus.
Um
eventual conflito, porém, não seria tão fácil para Moscou como os anteriores.
Isso porque, desde 2014, o Ocidente ajudou a Ucrânia a fortalecer suas forças
armadas, com fornecimento de armamento, tecnologia e treinamento. Assim, embora
Putin negue qualquer intenção de lançar uma ofensiva, suas tropas enfrentariam
um exército ucraniano muito mais capaz de resistir.
Para ler mais acesse, www: professortacianomedrado.com
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