Da redação
A
Procuradoria-Geral da República, em manifestação enviada ao Supremo Tribunal
Federal nesta segunda-feira (27/12), considerou "conveniente" anexar
ao inquérito que apura sua suposta intervenção na Polícia Federal declarações
prestadas pelo presidente Jair Bolsonaro ao jornal Gazeta do Povo. Na
entrevista, segundo o ex-ministro da Justiça Sergio Moro, o mandatário
admitiria interferência no órgão policial.
A
manifestação é assinada pelo vice-procurador-geral da República, Humberto
Jacques de Medeiros, e foi enviada ao ministro Alexandre de Moraes, responsável
pelo inquérito que apura as denúncias do ex-juiz.
"Tendo
em vista que o objeto da presente investigação é justamente a suposta busca de
favorecimento pessoal pelo Presidente da República a partir da indicação de
cargos de direção na Polícia Federal dirigida ao noticiante Sérgio Fernando
Moro, essa entrevista demonstra-se conveniente para concretização da opinio
delicti do Parquet, devendo ser analisada, em momento oportuno,
conjuntamente com os demais elementos colhidos no curso da investigação",
afirma o vice-PGR.
Na
entrevista, Bolsonaro sugeriu que alguns órgãos de investigação da
administração pública fazem apurações ilegais.
"Eu
sempre dizia na reunião de ministros: 'Eu não quero ser blindado por nenhum de
vocês, entendeu, Sergio Moro? Eu não posso admitir é ser chantageado, entendeu
Sergio Moro?' Assim era comum acontecer. E esse cara não fez absolutamente nada
para que Coaf, para que Receita, não só bisbilhotasse a minha vida, como a de
milhares de brasileiros. Que isso nos atrapalha. Você pode investigar o filho
do presidente? Pode. A mulher do presidente? Pode. Mas investiga legalmente,
com uma acusação formal. O próprio presidente, eu posso ser investigado, sem
problema nenhum, mas não dessa forma como eles fazem", afirmou o
presidente na entrevista.
A
PGR se manifestou em um pedido formulado pela defesa de Sergio Moro, que pediu
a inclusão da entrevista e de um outro texto de um articulista de opinião no
inquérito. A Procuradoria Geral da República pediu a inclusão apenas da
entrevista no inquérito. Sobre o artigo de opinião, a PGR afirmou que ele não
era pertinente para a investigação.
Com informações da Revista Consultor Jurídico
Inq 4.831
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