Da Redação
Atravessando
uma grave escassez de alimentos, a Coreia do Norte foi
buscar na criação de cisnes negros uma solução para o abastecimento de carne da
população. A medida, um plano nacional para o enfrentamento da fome, foi anunciada pela mídia
estatal na semana passada. As informações são do jornal New
York Post.
“A
carne de cisne negro é deliciosa e tem valor medicinal”, garante um artigo
publicado no jornal oficial do governo Rodong Sinmun. O informativo detalhou
que um centro de criação dessa espécie de ave está em operação na costa leste
do país desde o último dia 24.
De
acordo com o NK News, site que monitora a Coreia do Norte, o projeto que visa
ao incentivo do consumo da carne do cisne negro foi esboçado no início de 2019.
Um trabalho de pesquisa que teria se debruçado sobre o estudo dos benefícios da
criação de “pássaros ornamentais raros” para a alimentação – com pesquisadores
pagos pelo Estado – descreveu que tal alimento tem propriedades que previnem o
câncer.
A
solução visa abordar tanto o fracasso da agricultura em grande escala em
fornecer suprimentos alimentares adequados para todo o país quanto as
restrições governamentais mais recentes relacionadas à Covid-19, que bloquearam em grande
parte alimentos e outras importações desde o início de 2020″, contextualizou
Colin Zwirko, correspondente da NK News.
O
consumo de cisnes é tido como um tabu em diversas partes do mundo. Na China, o ato é tido como um mau
presságio, segundo o NK News. Mas, para o líder Kim Jong-un, que chegou a
pedir desculpas em junho após anunciar a “tensa” crise alimentar no país, a
medida deve aliviar a desnutrição dos norte-coreanos. A alimentação precária
também se transformou em um problema
nos quartéis: militares encaram falta de alimentos e, muitas vezes, se
envolvem em casos de assédio, furto e episódios de violência.
Na
quinta-feira (28), em uma audiência parlamentar, a agência de inteligência
coreana anunciou que Jong-un havia dado ordens para que “cada grão de arroz
fosse assegurado”, bem como determinou que todas as atenções deveriam ser
voltadas à agricultura do país.
Como resultado da crise, os preços de diversos produtos dispararam na Coreia do Norte. Em junho, um quilo de banana custava o equivalente a US$ 45 (cerca de R$ 255), disse a NK News. No início de outubro, um especialista da ONU (Organização das Nações Unidas) declarou que a distribuição de alimentos era precária, informou a agência Reuters.
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