OPINIÃO: É mais fácil se construir lombadas do que educar o cidadão?

Foto reprodução AE (autoenstusiastas)
 (*) Taciano Gustavo Medrado Sobrinho

Eu recebi uma matéria da assessora de imprensa da CSTT/Ascom PMJ e publicamos no nosso blog  mas  me chamou a atenção cujo titulo é: "Prefeitura de Juazeiro inicia instalação de novas lombadas no centro da cidade", (Reveja) e confesso que me inquietou  muito.

Sempre fui da seguinte filosofia: "quanto mais se educa o homem,  menos leis serão necessárias", e no caso da matéria,  penso que ao invés do setor de engenharia de tráfego da CSTT,  simplesmente,  sair construindo "lombadas " pelas ruas da cidade de todo jeito, que se fizesse uma análise criteriosa dos logradouros que tais lombadas sejam de fato necessárias serem construídas. No bairro Castelo Branco, onde eu resido, só na avenida das Nações tem mais de 5 lombadas numa extensão de 400 metros, ou seja a cada 80 metros tem uma. È no mínimo um exagero, mesmo se tratando de uma avenida asfaltada.

Já a rua que é mostrada na foto que ilustra a matéria, nos parece não se enquadrar na necessidade de se construir uma Lombada,  pelas suas características, uma estreita, no centro da cidade cujo fluxo de veículos não é tão intenso.

Um outro aspecto que deve  ser levando em consideração é que as lombadas podem, ao inves de evitarem acidentes graves de trânsito serem causadoras destes. 

Em um artigo publicado pelo jornalista Bob Sharp no dia 06 de maio de 2020 no site autoentusiastas.com ((Veja link), intitulado: "O Brasil está doente",  ele cita que, definitivamente, o Brasil está engajado na luta contra o automóvel, vale dizer está lutando contra os seus cidadãos. Se somos 205 milhões e estamos perto de 50 milhões de veículos e comerciais leves e pesados, e motocicletas, a conta dá 4,1 habitantes por veículo, nesse habitantes estão crianças e idosos que não dirigem. É o Estado contra o cidadão, portanto, não apenas contra os automobilistas.

A lombada é um câncer, e dos mais agressivos, e precisa ser extirpado das ruas do Brasil. O quanto antes.

O pior das lombadas é ter-se tornado símbolo de status. Como? Para muitos, e todos pobres de espírito, ter lombada diante de suas casas é sinônimo de “poder”, de “ser importante”.

O lado funesto das lombadas é obrigar automóveis comercializados no Brasil precisarem ter altura de rodagem maior que a necessária, com isso deteriorando características aerodinâmicas, que por sua vez faz aumentar o consumo de combustível. Em certos casos, afeta-lhes a estabilidade.

A outra consequência da lombada é o desperdício de combustível no momento de frear, ao joga a energia cinética fora, e ao retomar velocidade exigindo mais potência.

E mais outra, o desgaste anormal dos elementos de suspensão e de freios dos veículos, o que acaba refletindo em tarifas mais caras no transporte público e de carga.

O Ministério Público Federal está devendo à população uma representação contra a entidade máxima de trânsito no Brasil, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) no sentido de proibirem-se as lombadas e determinar sua retirada.

(*) Professor, Engenheiro Agrônomo, Administrador e matemático

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